Dedicação que resiste: conheça o sapateiro mais jovem a atuar na profissão em Blumenau
Antônio Álvaro Woitchik tem 41 anos e a grande responsabilidade de manter viva a profissão de sapateiro na cidade
Porém, o terceiro trabalhador homenageado na série é mais jovem, tem 41 anos, é sapateiro e pretende continuar na função até o fim da vida.
Antônio Álvaro Woitchik Santana começou na carreira em 2001, atendendo no balcão da Sapataria Gabriel, no shopping Mueller, em Joinville. Meses depois, o proprietário decidiu abrir uma filial em Blumenau, no shopping Neumarkt, e Santana veio junto.
“Foi aí que iniciei a trabalhar mesmo sem mesmo saber consertar. Vim a Blumenau sozinho, sem dinheiro e já com dívida, mas logo tudo se mostrou promissor. Aprendi no dia a dia, no erro e acerto. Nesse ramo ninguém ensina, tem que ir fazendo e aprendendo, sem medo de errar”, destaca o sapateiro.
Santana conta também que esse foi seu primeiro emprego, porque antes disso, o foco era nos estudos, que aliás, o levou a dois cursos de ensino superior. Ele chegou a cursar quatro semestres de Direito e quatro semestres de Administração, mas como ele mesmo diz, não trocaria o trabalho que tem por nada, “nem pra ser advogado, funcionário público ou qualquer outra coisa”.
Porém, no fim de 2012 ele precisou sair do primeiro endereço, e por melhor oportunidade de negócio, resolveu juntar-se a outra sapataria existente na cidade, a Sapataria Anísio, que a partir daí denominou-se Anísio Gabriel.
O local funciona até hoje na rua Almirante Barroso, 1.015, no bairro Vila Nova. Lá, o movimento continua sendo muito bom, segundo Santana, o que para ele é garantia de que o serviço é de qualidade.
“Tenho clientes desde o início no shopping que trazem conserto até hoje, a clientela fiel é bem grande. Mas também temos muitos clientes novos, e por serem tão queridos, acabamos até fazendo amizade”, conta ele.
Santana diz saber que é “diferente” no ramo, por ser mais jovem. Segundo ele, aliás, é o sapateiro mais novo de Blumenau. E essa alcunha também leva uma grande responsabilidade.
“Posso dizer que ser sapateiro hoje é manter viva uma profissão tão antiga, que até hoje ninguém conseguiu definir quando surgiu”, conta ele.
“Não sei se terão muitos outros que entrarão nessa profissão, mas se soubessem e pudessem colocar na balança, talvez pensariam na possibilidade. Na nossa profissão não tem nada que tire o sono”, completa Santana.
Atualmente com três filhas, ele se orgulha em dizer que vai permanecer na função até o fim, pois além do amor que tem pelo trabalho de sapateiro, ter o próprio negócio no qual é especialista, é uma das poucas coisas que o garantem tempo de aproveitar a família.