Defesa Civil planeja visitar todas as áreas de alto risco de Blumenau

Ideia é acompanhar e indicar medidas necessárias para garantir a segurança desses locais

A Defesa Civil pretende visitar todas as edificações situadas em áreas de alto ou muito alto risco no município. Com isso, haverá também o cadastramento das famílias que residem nestes locais. O novo mapeamento geológico da prefeitura indica que são cerca de 15 mil pontos considerados mais sensíveis, equivalente a 20% do território blumenauense.

É a primeira vez que o Executivo utilizará de maneira mais aprofundada o mapeamento, que foi criado após a catástrofe de 2008. A equipe de geologia sairá a campo para conhecer cada lugar de risco elevado e definir medidas que tornarão os terrenos e imóveis mais seguros.

“Nós vamos indicar e oferecer a pessoas formas de ter mais segurança na casa delas. Poderemos sugerir medidas como fazer um muro de contenção ou reflorestar, mas o principal objetivo é criar conscientização para que os moradores sejam fiscais da área onde vivem”, explica o secretário de Defesa do Cidadão.

Do total, apenas pouco mais de 50 edificações estão em áreas de extremo risco. Porém, os lugares podem mudar. O que hoje é considerado médio risco, amanhã, após uma construção irregular ou outros fatores, pode alterar de categoria. Por isso atualizações no documento devem ser feitas de tempos em tempos. Na quarta-feira, 31, um decreto com o mapeamento será assinado pelo prefeito, substituindo o atual.

“Até 2008 Blumenau não tinha passado por uma experiência daquele tipo. A cidade se assustou. Com o tempo os técnicos foram entendendo melhor o que aconteceu. E agora queremos criar condições para as pessoas que moram nessas áreas”, afirma Menestrina.

Facilitar trâmites

Além do trabalho nos locais diagnosticados, o documento elaborado pela Defesa Civil facilitará a logística de trâmites internos como os pareceres técnico, políticas de planejamento e consultas de viabilidade, o que agilizará a liberação de algumas licenças.

Só nos últimos dez anos, a instituição estima que cerca de seis mil pontos de Blumenau tiveram deslizamentos. Mais de 90% deles foram induzidos ou potencializados pela ação humana. Ou seja, se os locais tiverem documentação e acompanhamento adequado, junto com medidas necessárias para garantir a segurança, pode-se evitar novas ocorrências.

O mapa, que indica cada ponto crítico com as cores vermelha e laranja, não informa sobre enchentes ou enxurradas. Toda a metodologia foi feita apenas com base no solo. A região Sul é a que exige mais atenção. São nos bairros Progresso e Garcia onde há, historicamente, o maior número de ocorrências.

“Nós queremos possibilitar ocupações mais seguras sem engessar o município”, resume um dos geógrafos responsáveis pelo levantamento, Gerson Lange.

Monitoramento por câmeras

Menestrina conta que o maior sonho dele enquanto secretário é possibilitar o monitoramento por câmeras nos locais mais propensos a deslizamentos. A ideia é que, da Central de Controle Operacional (CCO), os profissionais possam monitorar por telas a movimentação nos terrenos.

“Por ali conseguiríamos flagrar o começo de construções irregulares e desmatamentos, por exemplo”, detalha Menestrina.

A ideia ainda é inicial e depende de recurso federal para sair do papel. Mas, se ocorrer, Blumenau será a primeira cidade do país a contar com monitoramento com esta finalidade.

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