Delegado detalha investigação que resultou em 26 prisões e R$ 22 mil apreendidos
Rodrigo Raitz explica que objetivo da investigação era identificar as principais lideranças da organização criminosa catarinense que atua em Blumenau
A Polícia Civil iniciou e concluiu a operação Primordium na manhã desta quarta-feira, 15, em Blumenau. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, e 26 dos 32 mandados de prisão preventiva. A maioria já tinha passagens pela polícia.
Os suspeitos de participarem de uma organização criminosa (conhecida como Primeiro Grupo Catarinense, o PGC) estavam nos bairros Testo Salto, Escola Agrícola, Velha, Velha Central, Fortaleza e Itoupavazinha. Cerca de R$ 22 mil foram apreendidos, além de celulares, munições, uma balança de precisão e uma pequena quantidade de droga.
Segundo o delegado Rodrigo Raitz, que conduziu as investigações para desarticular o grupo, os criminosos agiam dentro e fora do Presídio Regional de Blumenau. Esposas e namoradas dos integrantes teriam ajudado no tráfico de drogas, levando substâncias ilícitas para dentro da unidade prisional durante visitas aos companheiros.
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Com o dinheiro do tráfico, os bandidos compravam armas para praticar crimes como roubos e homicídios na região. O inquérito deve ser concluído e enviado à Justiça nos próximos 30 dias. Confira a entrevista com o delegado:
O Município Blumenau: Como começou a investigação?
Delegado Rodrigo Raitz: A investigação começou há aproximadamente cinco ou seis meses por causa de informações que diariamente aportam na nossa delegacia. Informações do sistema prisional, entre outros, e nós iniciamos as investigações e conseguimos identificar um grande número de integrantes de uma organização criminosa catarinense aqui em Blumenau.
Então há pessoas investigadas agindo de dentro do presídio de Blumenau?
Delegado Rodrigo Raitz: Sim, identificamos algumas lideranças dentro do sistema prisional, inclusive alguns tiveram mandado de prisão expedido, independente de já estarem presos.
Além desses suspeitos que foram abordados hoje, a Polícia acredita que tenha mais gente envolvida com a organização aqui em Blumenau?
Delegado Rodrigo Raitz: A princípio sim, mas como a organização é um pouco informal, não é possível dizer quantas pessoas.
A organização, Primeiro Grupo Catarinense (PGC), está crescendo na cidade?
Delegado Rodrigo Raitz: Não tem como saber porque não temos o número exato, mas uma das prioridades da Polícia Civil e da Polícia Militar é desarticular essa organização criminosa.
Como funciona a hierarquia do grupo aqui em Blumenau?
Delegado Rodrigo Raitz: A gente tem uma ideia de como funciona, tanto dentro quanto fora do sistema prisional, mas detalhes da estrutura não serão ditos, até por causa de futuras investigações.
O tráfico de drogas é a principal fonte de renda do grupo e serve também para financiar a prática de outros crimes. Que crimes seriam esses?
Delegado Rodrigo Raitz: Com o dinheiro do tráfico de drogas eles conseguem financiar outros crimes como adquirindo armas de fogo para praticar roubos, homicídios, entre outros… A gente fez a parte de identificar o maior número de pessoas, a estrutura, as principais lideranças e, indiretamente, a gente consegue elucidar alguns crimes que estão atrelados ao funcionamento da organização. Agora cada crime será investigado pela divisão competente.
Como é a participação das mulheres no grupo?
Delegado Rodrigo Raitz: Tem um núcleo feminino na organização, mas geralmente porque seus maridos são integrantes e elas costumam entrar no grupo por causa deles. Se os maridos estão presos, elas ficam responsáveis por fazer esse “leva e traz”.
Os presos ficarão em Blumenau?
Delegado Rodrigo Raitz: Tem algumas mulheres que serão encaminhadas ao presídio de Itajaí e os homens ficam no Presídio Regional de Blumenau.
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