Em 20 dias, sete macacos morrem em Blumenau com suspeita de febre amarela

Ao todo em Santa Catarina foram 64 casos em 2020

Números divulgados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina apontam que sete macacos já morreram em Blumenau por suspeita de febre amarela, em 2020. Ao todo, são 64 mortes em Santa Catarina nos 20 primeiros dias do ano, com casos também em Pomerode, Timbó, Indaial e Rodeio, no Vale do Itajaí.

No ano passado, foram notificados 20 óbitos ao longo do mês de janeiro, porém nenhum deles foi confirmado para a doença. As mortes deste ano ainda estão em análise no Instituto Carlos Chagas Fiocruz do Paraná, laboratório de referência para Santa Catarina.

Diante desse cenário, a Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC), por meio da Dive, divulgou nesta segunda-feira, 20, uma nota de alerta. No documento, a diretoria pede que os profissionais de saúde fiquem atentos aos casos suspeitos da doença, orienta sobre a importância da vacinação e a notificação da morte ou adoecimento dos primatas.

“Em 2019, Santa Catarina registrou a expansão da febre amarela em seu território, com a confirmação de dois óbitos humanos e seis primatas acometidos pela doença. É fundamental a manutenção das ações de controle da doença, especialmente a vacinação das pessoas, já que estamos no período sazonal” alerta João Fuck, gerente de zoonoses da Dive/SC.

Vacinação

A febre amarela é uma doença grave, transmitida por mosquitos em áreas silvestres e próximas de matas. A única forma de se proteger é por meio da vacinação. Maria Teresa Agostini, diretora da Dive, explica que todas as pessoas com mais de nove meses devem receber a dose da vacina.

“No estado, até o momento, a cobertura vacinal está em 84%. Mas ainda é uma cobertura muito heterogênea nos municípios. Muitos ainda não atingiram bom índice. O ideal é o estado imunizar, ao menos, 95% da população dentro do público-alvo”, afirma.

Febre amarela em SC

No dia 28 de março de 2019, Santa Catarina confirmou o primeiro caso de febre amarela autóctone – contraída dentro do estado – em humano. O paciente era um homem, de 36 anos, que não havia se vacinado e morreu. Ele morava na localidade de Pirabeiraba, em Joinville, no Norte do Estado.

O segundo óbito em humano por febre amarela em SC foi registrado no final de junho do ano passado. O paciente era um homem, de 40 anos, residente em Itaiópolis, no Planalto Norte. Ele também não tinha registro de vacina no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).

Com relação aos primatas, foram notificadas, no ano passado, 353 mortes de macacos em 77 municípios. Dessas, seis tiveram a causa da morte confirmada por febre amarela (Garuva, Joinville, Indaial e Jaraguá do Sul).

“É importante que quem encontre um macaco morto ou doente notifique a secretaria municipal de saúde. São os macacos os primeiros a adoecerem por febre amarela e por isso sinalizam a presença do vírus na região e norteiam o trabalho das equipes de vigilância”, explica Renata Gatti, bióloga da Dive/SC.

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