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Enquanto rodovia do Norte avança, duplicação da BR-470 fica para trás

BR-280 recebeu mais dinheiro que a estrada do Vale do Itajaí e já tem 52 imóveis desapropriados

Além da lentidão nas obras, de dificuldades financeiras enfrentadas por empreiteiras e da falta de dinheiro para a duplicação, a BR-470 enfrenta outro empecilho neste ano: a concorrência. Enquanto a rodovia que corta Blumenau recebeu R$ 37 milhões em investimentos em 2017, a vizinha BR-280, entre Jaraguá do Sul e São Francisco do Sul, obteve R$ 61 milhões.

Quem transita pelas duas estradas percebe poucas diferenças na paisagem. Algumas máquinas, trechos com trabalhos mais aparentes e outros com cenário de abandono. Porém, no Portal da Transparência do governo federal há distinções que preocupam. Na BR-280, as desapropriações já começaram. Ao menos 52 proprietários de imóveis às margens da rodovia foram indenizados e estão com dinheiro em conta. Na BR-470, nada até agora.

“Para nós, isso só tem uma explicação: força política. É o que está faltando para nós” lamenta o empresário Emílio Schramm, líder do Comitê da Duplicação da BR-470.

Na sexta-feira passada, o comitê e diversas entidades empresariais da região simularam uma inauguração da duplicação da BR-470, em protesto contra o atraso nas obras.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Santa Catarina, o valor orçado para a BR-280 em 2017 já foi quase todo liberado. No caso da BR-470, ainda há expectativa de que mais R$ 22 milhões sejam empenhados até o fim do ano, o que representaria certo equilíbrio nas contas.

Quanto às indenizações de imóveis, o órgão alega que dependem de liberação de dinheiro do governo federal. Na BR-470, um mutirão de indenizações teve de ser cancelado recentemente, por falta de verbas.

Empreiteiras

Empreiteiras que tocam o Lote 1 da BR-470, entre Ilhota e Navegantes, reduziram o volume de trabalho entre o ano passado e este ano por dificuldades financeiras. Segundo o Dnit, o pior já passou e 24,3% da obra está concluída — percentual considerado “compatível com o volume de recursos liberado”. No Lote 2, até Gaspar, pouco mais da metade do trabalho está pronta (52,5%).

Os lotes 3 e 4, de Gaspar até Indaial, mal começaram porque justamente falta indenizar os proprietários de imóveis antes da passagem das máquinas.