“Esse negro não sabe trabalhar”: gerente de oficina mecânica é vítima de injúria racial no Vale do Itajaí
Caso foi registrado na quarta-feira
Na manhã desta quarta-feira, 6, o gerente de uma oficina mecânica em Brusque foi vítima de injúria racial. O caso foi registrado por volta das 10h20, no bairro São Pedro, e diversas pessoas presenciaram o ato.
Segundo o gerente, 49 anos, o homem é cliente da oficina e, após um serviço, tem voltado constantemente ao local alegando problemas mecânicos. Nesta terça-feira ele foi novamente ao local e, conforme a vítima, estava bastante alterado.
O homem discutiu com o gerente e disse “Esse preto não consegue deixar o serviço certo” e “Esse negro não sabe trabalhar”. Neste momento testemunhas já falaram para o gerente chamar a polícia e registrar as ofensas.
A Polícia Militar foi até o local, conversou com os envolvidos e os levou para delegacia, mas a vítima não conseguiu registrar o caso no momento, pois o delegado não estava. No período da tarde ele retornou até a delegacia e registrou o caso.
O trabalhador é natural do estado de São Paulo, mas se mudou para Brusque quando era criança e tinha cerca de 10 anos. Ele informou ao jornal O Município que irá até as últimas instâncias. “Vou até às últimas consequências. Só quero justiça e que ele sinta no bolso também, para aprender”, declarou.
Já o cliente tem aproximadamente 45 anos é natural de Portugal. Ele estava na oficina junto da sua mulher, que é brasileira.
Confissão
Segundo a PM, o homem confessou ter chamado gerente de oficina de “negro e preto”. Ainda de acordo com a PM, no local, a vítima informou que é gerente de uma oficina e que um homem teria deixado um carro para conserto há alguns dias e que normalmente tem retornado ao local alegando problemas mecânicos.
O suposto autor das ofensas, ao ser questionado, relatou que há aproximadamente vinte dias, deixou seu automóvel para conserto na oficina. Alegou que por várias vezes o veículo apresentou problemas e teve que retornar para a oficina. E que os responsáveis não conseguem resolver o problema.
Ainda na quarta-feira, 6, afirmou que dirigiu-se até o local (mecânica) e referiu-se ao mecânico da oficina como “negro e preto”. Informa ainda que em seu país de origem, Portugal, é normal esse tipo de tratamento, e diz que não sabia que se tratava de preconceito no Brasil.
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