“Estávamos na esperança de que a doença fosse controlada”; confira o desabafo das bandas que animam a Oktoberfest

Grupos compreenderam decisão do município e comentaram sobre impactos da pandemia

Na última segunda-feira, 27, uma possibilidade que era discutida desde o início da pandemia de Covid-19 se concretizou. Blumenau não terá Oktoberfest em 2020. Esta foi a primeira edição da festa a ser cancelada.

O Município Blumenau já havia conversado com os fornecedores da festa. A maioria foi contra a realização da festa, tanto por conta da saúde dos blumenauenses quanto pelas incertezas da época. Já a Eisenbahn, principal patrocinadora da Oktober, preferiu não se posicionar.

Agora foi a vez de ouvir os músicos, figurinhas carimbadas da festa e que trazem alegria para os pavilhões. Assim como toda a categoria artística, os grupos típicos foram afetados pelo coronavírus.

Transmissões ao vivo e o lançamento de novas composições foram algumas das alternativas para que as bandas sobrevivessem a este período. A Associação O Pequeno Músico, que integra 800 artistas, chegou a organizar um drive thru na Vila Germânica para angariar fundos.

A Banda Cavalinho, que participou da ação, admitiu ter sido pega de surpresa com o cancelamento da festa. Eles irão se reunir com a associação para discutir o que pode ou não ser feito neste momento de cautela.

“Ficamos entristecidos com a notícia, pois é uma festa de muita importância para todos nós. Mas entendemos que é uma medida para segurança de todos, tendo em vista que os casos positivos continuam aumentando na nossa cidade”, comentou Luiz Fernandes Junior em nome da categoria.

Apresentação da Banda Cavalinho na Oktoberfest. (Foto: Daniel Zimmermann)

A Banda Vox 3, famosa pelo estilo diferenciado e pelas paródias cômicas, decidiu investir em lançamentos. Por conta da pandemia, diversos shows em todo o Sul do Brasil precisaram ser cancelados.

“Estávamos na esperança de que a doença fosse controlada e tivéssemos uma Oktoberfest dentro da normalidade. Ficamos tristes, mas entendemos a situação. O músico faz sua arte pensando no bem-estar e na alegria, jamais em botar em risco a vida de alguém”, comenta o vocalista Rogério França.

O grupo, que foi formado em 1996, passou a se apresentar na festa anualmente dois anos depois. Como os integrantes têm empregos fora da banda, conseguiram se manter financeiramente. Porém, a Vox 3 ficou sem receita para o ano de 2020.

“Para quem vive só de música é muito difícil. Vimos várias bandas de bailão do Rio Grande do Sul fecharem. Lançamos quatro músicas nesse meio tempo e estamos preparando uma surpresa”, adianta França. As novidades podem ser acompanhadas no Facebook dos “Alemalukos”.

“Estamos parados”

O centenário coro dos Velhos Camaradas, que participa da Oktoberfest há uma década, achou a decisão sensata. Como o coral Männerchor Liederkranz é composto principalmente por idosos e tem como foco o lazer, o grupo não está realizando apresentações nem ensaios desde o início da pandemia.

“Nós lamentamos não ter a festa, mas concordamos com a decisão da organização. Não tem o que questionar, estão colocando a razão e o bem-estar de toda população em primeiro lugar”, opina o presidente do coral, Clay Schulze.

Leo Laps/Vila Germânica

Com integrantes acima de 80 anos, o grupo só deve voltar a se apresentar quando o coronavírus não colocar nenhum deles em risco. O impacto financeiro acaba afetando apenas os músicos contratados pelo coral.

“Como não é nossa profissão, nossa prioridade é a saúde de todos os camaradas e seus familiares. Não colocaremos ninguém em risco. Torcemos para que a situação melhore para toda sociedade.


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