Estudante de Blumenau realiza pesquisa e auxilia pessoas com Parkinson
Grupo se reúne duas vezes por semana para praticar uma série de atividades
Um projeto de pesquisa realizado por uma aluna do curso de Educação Física da FURB está auxiliando portadores da doença de Parkinson em Blumenau. Denominado “Superação”, duas vezes por semana o grupo formado por 20 pessoas utiliza os espaços do Ginásio Escola, no campus 1, para praticar uma série de atividades promovendo bem-estar e saúde, além de uma melhor qualidade de vida. E as atividades já apresentam bons resultados.
“Fizemos o planejamento de um programa de exercícios que pudesse englobar, além das capacidades física essenciais para se fortalecer no Parkinson, como força, exercício cardiorrespiratório, exercício de equilíbrio, exercício de coordenação motora, uma abordagem psicossocial, além de uma parte cognitiva”, relaciona Margit Mafra, aluna responsável pelo grupo “Superação” e que usará os resultados da pesquisa em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
O projeto iniciou em agosto deste ano e, antes mesmo do término, já vem dando bons resultados com os pacientes. Jorge Luís Santos da Silva, hoje com 51 anos e há 5 com a doença, afirma que “antes de entrar no Superação, tinha dificuldade para amarrar o tênis, tomar banho e também para cortar carne. Depois que comecei no projeto, isso melhorou em torno de 60% a 70%”.
Para Vera Knuth, de 56 anos, que descobriu que tinha Parkinson no ano passado, participar do Superação deu um novo ânimo. “O pessoal ainda tem um pouco de preconceito. Mas eu abracei o grupo Superação e foi muito bom para mim”, conta.
O grupo Superação faz parte de um projeto maior que presta auxílio aos pacientes da doença. Ele iniciou no ano passado em um hospital de Blumenau e, em 2019, foi transferido para a FURB. Uma vez por mês, médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e nutricionistas se reúnem abordando a doença.
Além de Margit, o Superação envolve bolsistas de iniciação científica do curso de Educação Física e alunos do Mestrado em Saúde Coletiva. Como é uma pesquisa para um Trabalho de Conclusão de Curso, o projeto atual termina no fim deste ano. Mas, diante de resultados positivos, a intenção é torná-lo permanente a partir do ano que vem.
“Para 2020, a ideia é fazer algo maior ainda, com mais pessoas com Parkinson e seus cuidadores. Pretendemos que se torne um programa”, comentou Clóvis Souza, professor do curso de Educação Física da FURB.
Doença de Parkinson
O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva, que é causada pela diminuição da produção de dopamina, um neurotransmissor que ajuda nos movimentos voluntários do corpo de forma automática. Quanto maior a faixa etária, maior a incidência. No Brasil, a estimativa é de que ela atinja mais de 200 mil pessoas. Em Blumenau, calcula-se que mais de 300 pessoas tenham Parkinson.