Facção que atuava em Blumenau e Indaial é condenada a 113 anos de prisão

Ao todo 13 homens foram julgados

Membros de uma facção de Blumenau e de Indaial, com conexão com uma facção originaria do Rio de Janeiro que atuava em diversas partes do Brasil, foram condenados a mais de 110 anos de prisão, pelo Tribunal de Justiça através da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

Ao todo, 13 homens foram julgados. Destes, 10 foram condenados a pena de 113 anos de reclusão, os outros três foram absolvidos por falta de provas da participação na organização criminosa. O desembargador Leopoldo Augusto Bruggemann foi o relator da apelação.

Atuação em Blumenau 

Dentre os sentenciados estão líderes e integrantes da facção. Eles também são acusados por participação de adolescente em crime de homicídio a mando do grupo. A prisão ocorreu durante uma reunião convocada para discutir sobre a atuação do grupo nos bairros da Glória, Garcia, e Progresso, todos em Blumenau. O encontro, em abril de 2018, ocorreu no interior do vizinho município de Indaial.

Em primeira instância, o juiz observou o medo e o terror impostos à população diante dos fatos. Na época, os registros policiais apontavam envolvimento da facção em 19 das 42 mortes ocorridas no ano de 2017, em Blumenau. Até abril de 2018, o grupo estava relacionado com oito dos 17 homicídios registrados até então.

“Foi comprovado por meio de relatório investigativo que praticamente metade dos crimes de homicídio ocorridos na região estão ligados à atuação da facção criminosa de Blumenau, isso sem mensurar a prática de outros delitos, tais como, tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio, fomentados pelo grupo criminoso”, ponderou o magistrado.

Investigações 

De acordo com a denúncia, após três meses de investigações policiais, foi possível chegar ao grupo. Nos aparelhos celulares apreendidos com os acusados foram encontrados grupos de conversas – administrados pelos acusados – em que a facção, chamada por eles de “futebol”, foi organizada.

O aplicativo também era utilizado para cobrar o “dízimo” dos integrantes, cujo valor mensal servia para compra de armas e até pagamento de advogados para defesa em eventuais prisões, a fim de garantir a soltura do maior número possível de “irmãos”, como chamam os membros da facção.

A perícia encontrou uma fotografia, em um dos celulares, com a contabilidade. Outros arquivos continham, ainda, a cartilha da facção que é uma espécie de manual de conduta no bairro e a divisão estrutural da facção naquela localidade. O processo tramita em segredo de justiça.


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