Fugir, esconder e lutar: saiba como funcionará o plano de segurança nas escolas de Blumenau

Apresentação do plano aconteceu nesta quarta-feira

Na manhã desta quarta-feira, 16, a Prefeitura de Blumenau realizou a apresentação do Plano Municipal de Segurança Escolar, quatro meses depois do atentado na creche Cantinho Bom Pastor. A apresentação aconteceu no Salão Nobre. 

O evento contou com a participação de autoridades da cidade como o prefeito Mário Hildebrandt, a vice-prefeita Maria Regina Soar, o Presidente da Câmara de Vereadores Almir Vieira, o Secretário de Educação Alexandre Matias, além de autoridades de segurança pública, Defesa Civil, professores e diretores de unidades escolares.

Plano de segurança nas escolas

A apresentação do Plano Municipal de Segurança Escolar foi realizada pelo servidor e professor Roberto Bueno, que também faz parte da Defesa Civil de Blumenau. Em sua fala, ele explicou que houve dificuldade, já que há poucos conteúdos nessa área que tenham sido desenvolvidos no Brasil e que a maioria é norte-americana. Contudo, por meio de estudos e pesquisas, além da ajuda das instituições de segurança pública, foi possível desenvolver um plano de segurança adequado para as escolas de Blumenau. 

O plano recebeu o nome de Fugir, Esconder e Lutar (protocolo FEL), e a versão apresentada nesta quarta-feira, é a primeira versão. A ideia é que, em conjunto com as instituições de ensino, ele vá sendo atualizado e melhorado conforme o tempo. Além disso, cada instituição poderá adaptá-lo conforme suas próprias necessidades e estrutura. 

“O plano tem dois objetivos principais: garantir segurança dos alunos e funcionários da instituição em situação de perigo e tornar a prevenção uma prioridade, já que se estaremos preparados antes dos casos aconteceram, e caso eles aconteçam, os envolvidos já estarão preparados para agir, evitando danos maiores”, explica. 

O protocolo FEL foi dividido em três áreas: 

Ações estruturantes: essas ações referem a questões estruturais, que já estão sendo implementadas, como revisão dos muros escolares, câmeras nas entradas e saídas das instituições de ensino, e também dá exemplos de outros métodos como alerta silenciosos de luzes. 

Ações não estruturantes: essas ações se referem ao treinamento em escolas e em comissões internas para tratar do tema violência nas escolas. 

Recomendações: já as ações recomendadas fala sobre como implementar o plano, por exemplo, para alunos com necessidades especiais e deficiências.

A aplicação do FEL será feito etapas. A primeira será perceber rapidamente o que está acontecendo, para ter uma resposta rápida. A segunda será o diretor ou diretora assumindo o comando interno de tudo; e a terceira e última, será a aplicação do FEL. Mas como aplicar o protocolo? 

Dentro de Fugir são aplicados os pontos: 

  • Conhecer as rotas de fuga, para ser possível fugir rapidamente pela rota mais segura
  • Deslocar-se com cautela 
  • Afastar dos sons de disparos ou de locais perigosos 
  • Abandonar pertences 
  • Ir para local distante e seguro 

Dentro de Esconder são aplicados os pontos: 

  • Esconder silenciosamente
  • Bloquear os acesso
  • Desligar luzes e eletrônicos 
  • Encobrir-se e proteger o corpo 
  • Acalmar as pessoas do local 
  • Aplicar primeiros socorros, caso necessário 
  • Se preparar pro último estágio do FEL

O ponto de Lutar, dentro de todos, é o mais importante, já que ele aponta que a luta é a última opção, e deve ser realizada se for a única opção na situação. Ainda segundo o plano, é importante deixa essa parte para quem está preparado, como as forças de segurança pública. 

O plano FEL ainda explica que serão estabelecidos quatro estados: vigilância, atenção, alerta e alerta máximo. Além disso, o protocolo também dá conta de mapas e escolas da cidade e também dos telefones necessários nessas instituições. 

Além disso, ele também pretende começar o trabalho ainda antes que os atentados aconteçam, prevenindo e educando os alunos, para evitar os acontecimentos. A estrutura do plano segue em Prevenção, preparação, mitigação ou redução de impactos, resposta e recuperação.

”Os nossos docentes precisam estar preparados e treinados para serem os primeiros a fazerem alguma ação, para saberem o que fazer, como fazer e quando fazer nesses casos”, explica Bueno. 

O FEL também dá conta dos pós-acontecimentos. Segundo o protocolo, caso haja um evento, será disponibilizado equipe multidisciplinar com apoio psicoemocional para todos os envolvidos, comunicação específica aos familiares e a imprensa e por fim, a recuperação. 

Para implementação do plano, o Governo Federal também disponibilizou verbas para a contração de equipes especializadas em capacitação e simulação desses ataques, para deixar os docentes e alunos preparados, até o final de 2023. A ideia ainda é que todo ano seja feito simulados em todas as escolas, para que, caso alguém novo tenha sido integrado no corpo da instituição, saiba o que fazer nessas situações. 

Inicialmente, o plano irá cobrir apenas as escolas municipais, contudo, outras instituições de ensino particulares que queiram integrá-lo em seus métodos, também será possível.

Ações já realizadas e outros investimentos 

Em sua fala, o prefeito Mario apontou que muitas das ações do plano já estão sendo realizadas, como a revisão dos muros, além dos mais de 150 pontos com profissionais de segurança armados, o que soma mais de 9 milhões de reais investidos em mais de 300 profissionais. 

Durante a cerimônia de apresentação também foi assinada a ordem de serviço para a contratação das câmeras de segurança e botões do pânico. Ao todo, a partir de setembro, serão instaladas 220 câmeras em todas as escolas e Centros de Educação Infantil do município. O investimento anual no Plano Municipal de Segurança Escolar será de R$ 612 mil. As câmeras e botões do pânico estarão interligadas à Central de Controle Operacional da Prefeitura e Polícia Militar.

“Será investido na capacitação dos docentes das instituições de educação, para que eles saibam o que fazer nessas ações. Esse será mais um instrumento para melhorar a segurança da cidade. Em Blumenau, não vai faltar trabalho, nem recurso para proteger as crianças”, afirmou o prefeito. 


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