O Big Brother Brasil 2022 começou calmo nos primeiros dias. Isso porque os participantes estavam em uma vibe “sem discórdia” e queriam até propor um jogo do amor.

A ideia, que partiu do Tiago Abravanel, onde, inclusive, foi apelidado de “inimigo do entretenimento” fez com que o tema viesse à tona. E que muitas pessoas se questionassem.

“Porque temos que estar felizes o tempo inteiro, se passamos por desafios e dificuldades?”

Para Juliana Viveiros, pesquisadora sobre o tema, a positividade tóxica é quando existe uma imposição e obrigação de pensar positivo ou estar em um estado feliz o tempo inteiro.

“Essa ideia de termos que agradecer porque sempre tem pessoas piores do que a gente, consequentemente leva também ao sentimento de culpa”, pontua.

Diferença entre otimismo e positividade tóxica

A participação do Tiago Abravanel em reality show trouxe algumas questões sobre o que de fato é ser otimista e o que é ser positivo em demasia. Reprodução/Instagram

O brother tem sido muito criticado por querer pregar positividade em todo lugar da casa. Mas é interessante pensar que ser otimista não é ruim, no entanto, existe uma grande diferença.

Ser otimista é se adentrar a sentimentos como a perseverança, esperança ou até mesmo a confiança. Mas, lembrando que uma pessoa otimista também chora e tem seus momentos de fraquezas e tristezas.

A diferença é que a  pessoa sempre vai tentar entender seus sentimentos trazendo o lado bom das coisas, mas entendendo também que a vida é feita de diversos momentos, como a tristeza.  Agora, ser positivista ao ponto de ser tóxico, é não se permitir sentir o real.

Segundo Juliana Viveiros, a positividade em excesso pode trazer alguns danos psicológicos. Primeiro a sensação de culpa ou de incapacidade por não conseguir ser positivo.

Sinais de atenção

“Ao comparar sua vida com as demais, onde se observa uma vida feliz, principalmente no virtual, traz um sentimento de ansiedade e tristeza. E, muitas vezes, ocorre também a explosão de tanto se forçar a estar feliz, simplesmente porque não se consegue mais fingir ou mentir, causando o que é chamado por mim de um “surto”, conta.

Ninguém está falando que você não pode ser positivo. Mas, abraçar e entender suas limitações é importante. O segredo é se permitir a entender todos os sentimentos sem anulá-los. Ou, se envergonhar de algo. Estar feliz ou triste, não é a mesma coisa que “ser” feliz ou triste.

Então tente ver o lado positivo sim, isso não é errado. Mas saiba que quando você não conseguir, está tudo bem também. Entenda que nesse mundo ninguém é feliz, as pessoas estão felizes. E passam por várias situações que podem fazer com que elas saiam disso.

Juliana Viveiros ainda explica que vivemos em um mundo onde os rótulos são tão importantes e ditadores do que mostramos ser, que esquecemos que muito além do que as pessoas veem por fora, existe o dentro. E esse interno, nossos pensamentos, traumas, emoções, lembranças, esse emaranhado de sentimentos faz com que sejamos o que exatamente somos hoje.

E se um dia você ocupar o espaço da pessoa que tem  discurso como o de Tiago, procure respeitar o espaço e o limite do outro. Saiba compreender e ter empatia pelos sentimentos que não são do seu costume.

Saiba reconhecer suas dificuldades e lembre-se de agradecer até mesmo pela tristeza que te invade sem ao menos ter um verdadeiro porquê.

Nunca se esqueça, você só conhece a alegria, a saudade, a risada, porque um dia sofreu, chorou ou se decepcionou. E, dentro da casa mais vigiada do Brasil, tudo isso vale.


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