O secretário de saúde de Santa Catarina, Helton Zeferino, enviou uma carta ao governador Carlos Moisés pedindo o seu desligamento da pasta. A Casa Civil emitiu nota no fim da noite de quinta-feira, 30, confirmando o desligamento de Helton dois dias após as denúncias do site The Intercept Brasil e vinte e quatro horas depois da Assembléia do Estado aprovar o afastamento do agora ex-secretário da pasta da saúde do estado.

Helton Zeferino foi uma escolha pessoal de Carlos Moisés no início do seu governo, mas os problemas da contratação do Hospital Mahatma Gandhi para gerir o hospital de campanha de Itajaí e a compra de 200 respiradores pelo valor de R$ 33 milhões pagos antecipadamente, mesmo sem eles terem sido entregues, acabaram desgastando muito o ex-secretário e trouxe muitos problemas políticos para o governador Carlos Moisés, que agora tem que explicar as inúmeras dúvidas que ficaram no ar sobre essas compras fora de padrão, conforme o próprio governador disse em coletiva a imprensa.

Realmente era insustentável a permanência de Helton Zeferino na frente da pasta da saúde do governo, mas Moisés não tinha como demiti-lo e por isso a saída ocorreu de uma forma protocolar, sem que Zeferino deixasse pela porta dos fundos o Governo Moisés, como se tivesse assumindo a culpa dos erros das duas licitações.

Agora o bombeiro Carlos Moisés terá que literalmente apagar um incêndio trazendo alguém que entenda do assunto por conta da pandemia, mas também uma pessoa que agrade o legislativo catarinense, que não vai dar trégua para o governador depois de tudo que ocorreu na última semana.

Quem é Helton Zeferino

Helton de Souza Zeferino é natural de São José e antes de ser secretário de saúde do estado, era Comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Florianópolis, é formado desde 2009 em medicina pela UFSC, e foi uma escolha de Carlos Moisés para assumir a pasta.

Moisés e Helton são do corpo de bombeiros do estado e já se conheciam antes do governador vencer as eleições de 2018 com mais de 70% dos votos válidos.

Antes da pandemia, o desempenho de Zeferino era considerado muito bom, pois foi na sua gestão que a Secretaria de Saúde, segundo a nota da Casa Civil, liquidou uma dívida estimada em R$ 750 milhões e implantou a política hospitalar de concentrar nas cidades mais importantes do estado, fortalecendo as regiões metropolitanas, as principais ações de saúde de Santa Catarina que, segundo o governo, trouxe uma economia substancial para os caixas do estado.