Homem que matou blumenauense a tiros em Curitiba vai responder ao processo na prisão

Defesa de Antonio Humia Dorrio vai apresentar um pedido de habeas corpus

Colaborou: Bianca Bertoli

Antonio Humia Dorrio, o empresário de 52 anos que matou o blumenauense Douglas Junkes a tiros no último domingo, 20, em Curitiba, vai responder ao processo na prisão. Na terça-feira, 22, em audiência de custódia, a Justiça decretou a prisão preventiva dele. Dorrio assumiu a autoria dos disparos que mataram o engenheiro de 36 anos após uma discussão sobre som alto.

Dorrio havia sido preso em flagrante no hospital, ainda no domingo, uma vez que também se feriu. Segundo a Polícia Civil, a arma do crime, um revólver calibre 38, estava legalizada. Porém, o empresário não tinha porte de arma. Ou seja, não poderia ter saído com ela de dentro do apartamento onde mora. Uma segunda arma foi encontrada no apartamento.

O inquérito foi enviado à Justiça já na segunda-feira. O delegado Fabio Machado ouviu quatro pessoas, entre policiais, vizinhos e o próprio Dorrio.

À polícia, Dorrio sustentou que havia reclamado outras vezes, nos últimos seis meses, de som alto no apartamento do vizinho do andar de baixo. Ele afirmou que já teria procurado o síndico do edifício. Amigos de Junkes ouvidos pela reportagem disseram que ele nunca havia mencionado o vizinho de cima ou qualquer rixa entre os dois.

Segundo o relato do assassino ao delegado, no domingo à tarde Junkes tocava contrabaixo em volume alto. Dorrio afirma que desceu armado para conversar com o engenheiro. Na versão do autor, ele teria saído de casa armado porque os dois já haviam discutido em outras oportunidades.

Ainda segundo Dorrio, os ânimos se exaltaram e Junkes teria tentado desarmar o vizinho durante a discussão. Três disparos atingiram o blumenauense. Um, o braço do autor do crime.

Segundo o advogado do autor do crime, Bruno Thile da Silveira, Dorrio não tinha a intenção de matar a vítima. Silveira afirma que entrará com pedido de habeas corpus para questionar a necessidade da prisão preventiva. Ele diz que a linha de defesa dependerá de uma série de laudos e depoimentos. O defensor afirmou que Dorrio está arrependido do crime.

Douglas Junkes era engenheiro de telecomunicações e morava em Curitiba, onde trabalhava. Nesta semana, durante as férias, ele viajaria à Europa para fazer uma turnê com uma banda argentina.

Família

“Até agora nós só tivemos tempo de ficar em prantos”, lamenta Eduardo Junkes, irmão de Douglas. De acordo com ele, em primeira análise, o exame do corpo no Instituto Médico Legal de Curitiba teria evidenciado a precisão dos tiros, que atingiram a cabeça e órgãos vitais. Para a família, isso deixaria clara a intenção homicida do vizinho.

Segundo o irmão, a futilidade do crime é o que deixa família e amigos mais angustiados. Eduardo disse querer Justiça por completo.

“Queremos que essa pessoa pague por ter arrancado uma pessoa querida da nossa família”, afirma.

Correção

Até 7h52 do dia 1º de junho, este texto informou que Antonio Humia Dorrio descera armado ao apartamento da vítima para intimidá-la. Em contato com a reportagem, o advogado dele negou a suposta intimidação. Conforme o defensor, Dorrio foi até o vizinho para conversar, mas levou a arma porque os dois já haviam tido discussões anteriores. A versão que está acima já traz a alteração.

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