Homem que matou companheira atropelada pretende se entregar à polícia nesta sexta
Para a Polícia, este foi mais um feminicídio ocorrido em Blumenau
O homem que atropelou e matou a companheira na saída da casa onde eles viviam, no bairro Nova Esperança, deve se apresentar à Polícia Civil nesta sexta-feira, 15. Augustinho Vasconcelos, de 40 anos, teria ligado para a família nesta manhã e informado que está em um local afastado.
A vítima, Alessandra Szczpank, de 33 anos, foi prensada contra o muro na madrugada desta quarta-feira, 13, e morreu por traumatismo craniano, de acordo com o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP).
Segundo o delegado que cuida do caso, Davi Sarraf, a defesa de Vasconcelos havia informado que o homem se apresentaria ainda nesta quarta-feira, algo que não ocorreu.
“Ele disse à família, por telefone, que está com problema de deslocamento e a previsão é que ele chegue em Blumenau amanhã (sexta). Então a intenção é que ele se apresente às autoridades assim que chegar”, afirma o advogado Antoniel Lobo.
O defensor disse ainda não ter conversado com o cliente para saber a versão dele do que teria ocorrido. Informalmente, a família contou a Lobo que o casal teria brigado e o “desentendimento resultou nesse infortúnio”. Para o delegado, as evidências indicam um assassinato.
“Eu estou aguardando o laudo do IGP para saber o local de crime com exatidão, mas o apontamento é para feminicídio”, afirma Sarraf.
Agora, o delegado espera pela vinda de Vasconcelos para poder concluir o inquérito. Depois do interrogatório, pode pedir ou não pela prisão preventiva do autor.
Brigas constantes
Uma relação marcada por discussões. Assim era definida a união de Alessandra e Vasconcelos por quem conhecia o casal.
Ela trabalhava em um lar de idosos, era mãe de um adolescente e de quatro crianças. A mais nova delas, um menino de três anos, vivia com o casal no bairro Nova Esperança. O filho do primeiro casamento de Vasconcelos, de 13 anos, também morava com o pai e a madrasta. Além disso, o pai de Vasconcelos, um idoso cadeirante, estava sob o cuidado deles.
Uma pessoa da família, que não quis ser identificada, não acreditou quando soube da morte. Segundo ela, Vasconcelos nunca demonstrou qualquer agressividade. Porém, de acordo com informações da Polícia Militar, em dezembro de 2016 Alessandra discou 190 para fazer uma denúncia.
Ela informou que havia discutido com Vasconcelos e que estava com medo de ser agredida. A PM esteve no local, mas a mulher não quis dar continuidade à denúncia. Um boletim de ocorrência por ameaça foi registrado.
O casal estava junto há cerca de quatro anos e viva na propriedade de Vasconcelos. Ele é mestre de obras e sócio em uma empreiteira de Blumenau.
Os outros quatro filhos de Alessandra residem com o pai deles, também no bairro Nova Esperança. Alessandra pagava a pensão alimentícia dos pequenos e a relação era tranquila. As brigas entre o casal surgiam, conforme o relato familiar, pelo ciúmes que a vítima sentia do companheiro.