Imóvel histórico da Alameda deixará de ser a Casa do Comércio
Escola Barão do Rio Branco negocia ocupação do espaço, que servia a entidades como CDL e Sindilojas
Maternidade Johannastift, Restaurante Cavalinho Branco, Casa do Comércio. Dependendo da geração, o casarão de esquina entre a Alameda Rio Branco e a rua Sete de Setembro, no Centro de Blumenau, é conhecido por um nome diferente. Construído na década de 1920, ele faz parte da história de muitas famílias e também de empresas blumenauenses.
Porém, o casarão está prestes a perder a referência mais recente. Ele deixará de ser “Do Comércio”. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas) estão de mudança. A partir desta segunda-feira, dia 20, o Sindilojas passa a atender na rua Eugen Fouquet, 133, no bairro Victor Konder.
A CDL ainda não anunciou o novo local, algo que deve ocorrer até o fim do mês, mas a mudança é certa, segundo o presidente Helio Roncaglio. Os contratos de ambas as entidades expira em julho. Tanto CDL quanto Sindilojas não pagavam aluguel ao proprietário, mas realizavam a manutenção do prédio histórico.
O restaurante que fica no térreo deve permanecer no local.
“O contrato terminou”
A frase sucinta para explicar a saída das entidades da Casa do Comércio é da presidente da Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau, Leila Longo. A Sociedade é dona do imóvel, que, de acordo com Leila, já tem novo inquilino: a Escola Barão do Rio Branco.
“Estamos em processo inicial de negociação, com possibilidade de avanços nos próximos 60 dias”, contou o diretor da escola, Marcos da Silva.
A Casa do Comércio se tornará um Centro Cultural da Barão, com escola de idiomas, música, artes e exposições.
Comodato
A obra original foi iniciada em 1922 para abrigar a Maternidade Johannastift. Depois das enchentes de 1983 e 1984, o local ficou sem condições de uso e permaneceu fechado.
Em 1998, o casarão começou a receber as obras de restauração. Isso porque em 1996 um grande incêndio atingiu o Edifício Catarinense, sede da CDL e Sindilojas. Assim, as entidades, que procuravam um novo local para se instalar resolveram recuperar a Johannastift. Inicialmente, a restauração contou com recursos da Lei Rouanet.
Em 2003 ocorreu a tradicional Festa da Cumeeira, que marcou a conclusão das obras do telhado da construção. Mas somente em 2006, com um novo aporte de dinheiro público, por meio do Fundo Estadual de Incentivo ao Turismo, a obra foi concluída. No ano seguinte, a Casa do Comércio foi inaugurada.
Marcelino Campos, que liderou a CDL entre 2005 e 2009, lembra que o investimento para reformar o casarão foi de R$ 3,5 milhões vindos dos cofres públicos. A gestão, captação e aplicação do dinheiro era responsabilidade da CDL.
“Saímos da Casa do Comércio, de certa forma, com o coração partido. Mas fizemos a nossa parte”, disse o presidente do Sindilojas, Emílio Rossmark Schramm.
Além do Sindilojas, também irão para o bairro Victor Konder a nova sede o Sindicato do Comércio Atacadista do Vale do Itajaí (Sincavi), Câmara de Conciliação Trabalhista (Concilia); Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Vale do Itajaí (Sincofarma); Sindicato dos Supermercados e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Blumenau e Região (Singavale); e Medicina do Trabalho.