Jairo Santos (PRTB) opina sobre obras de Blumenau, avanços na saúde e implantação de tecnologia
O advogado já foi sargento do exército, funcionário público da prefeitura e diretor do presídio
Idade: 46 anos
Naturalidade: Curitibanos
Profissão: Advogado
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 28
Confira o perfil completo do candidato.
O candidato Jairo Santos a prefeito é advogado, mas já foi sargento do exército, agente de trânsito, diretor do Presídio de Blumenau e Diretor na Prefeitura de Blumenau. Morador de Blumenau desde os dois anos, morou na Ponta Aguda e na Velha.
Seu vice, Fábio Alvacyr, também é do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Binho, como é conhecido, é natural de Blumenau e microempreendedor. Já foi gerente de Serviços Urbanos da URB e da Secretaria da Educação.
Se preferir, ouça a entrevista no podcast do jornal O Município Blumenau no player abaixo:
Na entrevista, Jairo falou sobre a importância de uma Secretaria de Tecnologia, para facilitar o acesso da população aos serviços do município, além de pregar pela necessidade de obras na cidade, com o apoio do exército. O candidato também é favorável à militarização da educação.
“Não estamos no rádio e na TV. Não usamos o Fundão Eleitoral. Abrimos mão desse bolo antes de entrar no TSE, então ficou com o governo federal. É uma forma injusta de não termos o mesmo espaço e recurso financeiro, por isso precisamos da sua ajuda”, clamou.
Assista à entrevista na íntegra:
No seu plano de governo você fala em investimento em telemedicina. Poderia explicar melhor como funciona esse recurso e se ele seria seguro aos pacientes?
É uma questão de avanço. Até pela valorização que vamos dar à área de tecnologia, com a Secretaria de Tecnologia. Juntamente com o avanço tecnológico, traremos a telemedicina. Hoje um paciente precisa esperar seis meses para um atendimento com um médico especialista.
Toda aquela área da medicina onde não haja necessidade de o médico pôr a mão no paciente, ele pode fazer isso de onde estiver. Pode estar em outro país e atender em Blumenau. Com isso conseguimos diminuir essas filas de consultas.
Por exemplo, medicamentos preventivos do coronavírus não foram disponibilizados para os blumenauenses. Quando disseram que seria, as pessoas teriam que passar pelo eletrocardiograma. Fila de seis meses para o exame para depois usar o medicamento. Daqui seis meses, tenho certeza de que a Covid já terá cura.
Você afirma que irá rever e auditar o contrato firmado com a BRK Ambiental. Você desconfia ou não aprova a atuação da empresa?
Não desconfio, eu tenho certeza. Aquele contrato é uma galinha dos ovos de ouro. Eles atuaram primeiro em bairros que tinham conglomerados de casas maior. Na região Norte, onde a distância entre uma casa e outra é maior, eles não foram porque não gera lucro.
Vamos auditar esse contrato, eles farão a região Norte. Se não fizerem no período previsto no contrato, tem cláusula penal, multa e tudo o mais. Não tenho rabo preso com empresa nenhuma.
No seu plano de governo, o senhor disse que os comerciantes devem agir de acordo com as normas da Vigilância Sanitária, que muitas vezes impede que novas empresas abram em Blumenau. Como conciliar essa questão?
Hoje a Vigilância está sem liderança. A chefia tem receio do servidor. A administração pública tem que colocar pessoas qualificadas e competentes. Hoje vemos restaurantes a 200 metros de distância um do outro que um consegue alvará e o outro não. Os comerciantes não reclamam das regras, e sim da injustiça.
A proximidade com o planalto pode facilitar a busca de recursos federais?
Vai acontecer. Se olharem minhas redes sociais, percebem claramente o apoio do vice-presidente Hamilton Mourão. Acabei de receber uma ligação de Brasília. Tenho contatos e certamente teremos mais portas abertas do que qualquer candidato.
Você fala em seu plano de governo sobre criar uma escola cívico-militar. Por que você acredita que esse sistema de ensino pode ser benéfico para os blumenauenses?
Estudei a minha vida toda em rede pública, depois me tornei militar do Exército onde fiquei por alguns anos. Desde aquela época, há 28 anos, eu falava para os soldados que hoje o país estaria dessa forma com o politicamente correto. Se no colégio o professor estiver dando liberdade para as crianças, o adolescente ou adulto não vai mudar. Depois vemos casos de agressão ao professor.
Num colégio cívico-militar isso não vai acontecer. Lá vemos aula de educação cívica, amor à pátria, civismo. Eles querem que nossos adultos parem de pensar, igual robozinhos. Vamos partir para outra proposta, o contraturno escolar. Isso vai ser referência.
Muitas vezes as pessoas precisam pegar fila nos postos de saúde 5h30 da manhã para conseguir senha. Qual sua proposta para melhorar o atendimento?
Sou da época do INPS, na rua 7. Há 40 anos já era a mesma coisa, porque isso gera lucro. A desgraça é o que vende. Eles querem você rastejando na fila de madrugada porque qualquer melhoria demanda muito recurso. Que saem do seu bolso. No nosso plano de governo, mencionamos a expansão do AG da Velha e da Itoupava Central. Do espaço e do quadro de profissionais para atendimento 24 horas.
Além da telemedicina, também vamos trabalhar com método preventivo. Uma empresa que assinou contrato de confidencialidade vai fornecer por dois anos atendimento com um aparelho do tamanho de um celular. Não invasivo, não precisa nem ser feito por médico ou enfermeiro. Pode ser feito por um agente de saúde na casa das pessoas e detecta 13 doenças.
Estamos em um ano atípico, mas ano que vem o engarrafamento nas regiões centrais na cidade voltará e o prefeito precisará lidar com isso. Como o senhor pretende resolver esse problema?
Sempre faço uma grande ressalva que muitas pessoas que circulam no Centro usam esse trânsito como referência. Itoupava Central, na Johann Ohf, Guilherme Poerner é pior. A cidade inteira está dessa forma, porque foram eleitas castas sociais. Apenas determinadas regiões são privilegiadas.
Onde for necessário fazer obra de mobilidade urbana, nós vamos fazer. Seja rico, seja pobre. O coletivo sobre o individual. A gestão do município está na mão do prefeito. Fui escolhido melhor gestor público do estado por três anos consecutivos. Sou o único entre todos que fui avaliado pelo Estado nessa função.
Quais seriam as obras prioritárias para melhorar o trânsito da cidade?
Temos que separar por bairros. Vou dar um exemplo prático. Quem pega o binário da rua Paris, acessa a rua São Valentin, pega a rua 1º de janeiro e sai na 2 de setembro pra pegar a região Norte. O trânsito é caótico a partir das 15h. É uma obra simples. Continua a São Valetin por cima da 1º de janeiro, cai na 5 de outubro, faz uma alça de acesso na Pedro Zimmermann e não precisa mais pegar o trevo. Estamos falando de uma obra muito barata para mobilidade.
Aqui no Centro, as pessoas que estão descendo a Alameda Rio Branco e querem acessar o Garcia, precisam passar pela rua 7. É só colocar uma ponte numa daquelas ruas ali e acaba com todo o trânsito em frente ao Terminal da Fonte.
Você afirma em seu plano de governo que dará fim à política assistencialista. O que isso significa? Seria o fim de benefícios para pessoas de baixa renda?
Tenho certeza de que muitas pessoas recebem sem precisar. Entendo muito dessa área. Eu era servidor de carreira da Assistência Social. Quando você coloca um diretor e secretário com interesse político, aquilo é uma mina de fazer voto. Que secretário de Assistência Social não foi eleito?
Para eles é interessante manter as pessoas na necessidade para ter essa máquina de candidaturas. Enchem nossa cidade de pessoas que querem retornar para sua cidade de origem para terem títulos de eleitor aqui.
Caso não seja eleito, aceitaria um cargo comissionado mesmo tendo como proposta reduzir os mesmos?
Eu já fui tudo. Já prestei 12 concursos públicos e fui aprovado em dez. Da União, do Estado de Santa Catarina e dos principais municípios da região. Se minha preocupação fosse em ter um cargo comissionado, estaria até hoje. Pedi exoneração em 2016. No município eu não trabalho em cargo comissionado. Não tenho dúvidas que nós estaremos no segundo turno.
O senhor tem como proposta fomentar um plano municipal de habitação. Como seria feito e onde seriam construídas?
Não é construída, é regularizada. Outra máquina de fazer voto, regularização fundiária. Falta vontade política porque essas situações não se resolvem apenas na caneta do prefeito. Depende do governo estadual ou federal. Todos que moram nesses condomínios sabem que têm apartamentos vagos, fechados depois de muito tempo. Por que interessa ter gente na rua ou morando de forma irregular?
Como ex-militar, o senhor sabe que o exército tem muita experiência na construção de ruas e pontes. Inclusive a ponte da Hermann Huscher foi construída pelo 23 B.I. Ele seria um apoiador da Prefeitura de Blumenau para construções?
Certamente. Participei da construção daquela ponte sem entender nada. A primeira estrutura foi feita pelo batalhão ferroviário de Lages. Nós não entendíamos, mas faziamos o carregamento e a segurança. Onde o exército coloca a mão pra fazer obra, é outra realidade. Funciona. Já estou negociando. Por isso aposto tanto na economia.
Temos pontes onde os caminhões do esgoto ou dos bombeiros não conseguem passar, por conta do peso. Porque ponte de madeira dá dinheiro, porque de ano em ano precisa de reforma. Uma ponte de concreto licitada não custa menos de R$ 400 mil. Mas especialistas me mostraram que custa R$ 100 mil. A obra será infinitamente mais barata com mão de obra do exército.
O que o seu governo pretende fazer para a retomada dos eventos e turismo após essa pandemia?
Primeiro precisamos gerar emprego e renda para o blumenauense, para que ele deixe o dinheiro em Blumenau. Precisamos de parceria com os comerciantes e empresários para fomentar isso. Se não conseguimos preservar nem o blumenauense, não há como sonhar que o turista venha para cá deixar dinheiro na cidade.
Precisamos trabalhar de forma integrada. Com a secretaria de Esporte, por exemplo. Temos diversas estruturas, como o Galegão e os colégios. Tive uma reunião com o pessoal do Convention Bureau, pois precisamos que as pessoas que entendem. Eu sou gestor, não entendo de eventos.
Na área de gestão governamental, você fala que seu governo implantará a gratificação por meritocracia aplicada a resultados de coletividade. O que isso significa?
Hoje, o prefeito dá gratificação por decreto. Por categoria. Para ter cabo eleitoral e fazer o servidor público votar dele. Um exemplo: o RH da Prefeitura cuida de 8,5 mil servidores. Nas secretarias tem RH também. Tem gratificação para o coordenador da folha de pagamento, pro auxiliar dele, e pro auxiliar do auxiliar. Os três fazem a mesma coisa.
Você não pode sair dando gratificação de forma igualitária. Aquele que não trabalha todos os dias, não pode receber igual àquele que trabalha. O que não produz o mesmo volume de trabalho, não pode receber de forma igualitária. Não é justo. A gratificação deve ser integrada na aposentadoria, e por meritocracia.
O senhor pretende readequar o sistema de semáforos e Área Azul de Blumenau. O que vai mudar?
A Área Azul de Blumenau é muito defasada. O cartãozinho é um absurdo. Quando eu era gestor da Praça do Cidadão, entrei em contato com o Seterb para termos um guichê de atendimento de tanto que cobravam. Mas falta avanço tecnológico. Como vamos ter uma Secretaria de Tecnologia, vamos trabalhar com sistema integrado. A pessoa tem que conseguir pagar como quiser.
Sobre os semáforos. Tem lugares em que foram colocados semáforos para castigar a população, fazerem eles ficarem plantados no trânsito e agora liberar para as pessoas acharem que é um avanço. Me recuso a fazer um governo que trabalhe dessa forma.
O senhor foi diretor da Praça do Cidadão. Como descentralizar esses serviços na administração pública municipal? Todos os serviços que a prefeitura oferece. O seu governo vai ser descentralizado?
Quando fui diretor da Praça do Cidadão, eu fiz isso. A Praça do Cidadão Norte não existia. Na Velha também já era pra ter. As pessoas que precisavam tirar uma nota fiscal, iam pessoalmente à prefeitura pegar a nota física. Quando eu assumi, resolvi em uma semana. Coloquei tudo de forma online.
Eu, Moris Kohl e o César Poltonieri construímos e implementamos a Praça do Empreendedor. Minha ideia era fazer na mesma estrutura da Praça do Cidadão. O modelo que eu coloco é que o servidor tenha autonomia para ir atrás do empresário. Para o empreendedor não precisar ficar perambulando pela cidade atrás de documentos.
A respeito da saída de empresas de Blumenau, muitas delas históricas, para outros municípios. O que seu governo poderia fazer para evitar isso?
Se vocês forem na prefeitura hoje perguntar quantos imóveis eles têm, eles não sabem informar. Temos tanta área no município, que tem empresas que quando foram embora era só ter feito permuta. Mas o ego do prefeito não permite. Ou então privilegia a empresa do amigo que bancou a campanha. O prefeito tem que ser parceiro, buscar diálogo, oferecer alternativas.
Em sua caminhada política já foi candidato à vereador pelo PSTU. Hoje é candidato pelo PRTB, partido do Levy Fidélix e do vice-presidente Hamilton Mourão. Por que essa mudança drástica de ideologia política?
Não houve mudança. Na época eu tinha 20 anos e era o único cidadão de Blumenau que fazia manifestações como o que foi feito contra o PT recentemente. Eu tinha essa visão política. Tivemos aqui em Blumenau parada do Orgulho Gay nos anos 90, tivemos a passeata dos índios porque eles queriam as terras deles que foram tomadas, o MST dentro de Blumenau.
Eu entrei naquele partido porque foi o único que naquela época não estava atrelado com o PT e dava condições de eu fazer aquilo da forma que eu pensava. O governo era do Décio Lima, 80% de aprovação. Eu fui obrigado a entrar em um partido para me candidatar.
O senhor falou em manutenção de empresas. Mas quais incentivos o seu governo vai dar para que outras empresas se instalem na cidade?
Primeiro vamos cuidar das nossas. Eu gosto de agir de forma paternalista. Cuidar primeiro dos nossos, para que não se percam. O município hoje arrecada R$ 200 milhões por ano com ISS. Esse imposto é exclusivamente da competência municipal. Podemos aumentar essa fatia com regulamentação de categorias, como dos aplicativos de corrida.
Se for eleito, o que o senhor vai fazer com o transporte coletivo da cidade?
Primeiro vou rever o contrato. Como advogado, acredito que esse contrato foi feito de forma dirigida. Uma única empresa pode facilmente fazer greve, colocar pressão no prefeito e aumentar os custos para o cidadão blumenauense. Se conseguirmos, vamos romper com a empresa atual. Dividir a cidade por lotes e garantir mais empresas para que o público seja sempre atendido.