João Paulo Kleinübing (DEM) fala sobre turismo, ensino integral e transformação da cidade

Ex-prefeito de Blumenau trouxe propostas para retomar administração da cidade

Idade: 47 anos
Naturalidade: Florianópolis
Profissão: Administrador
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 
25

Confira o perfil completo do candidato. 

Prefeito da cidade entre 2005 e 2012, João Paulo Kleinübing é natural de Florianópolis. Em 1988 sua família veio para Blumenau, onde ele passou a viver definitivamente em 1999, após o ensino superior.

O administrador também foi deputado estadual em 2002 e federal entre 2015 e 2018. Ainda entre 2015 e 2016 foi Secretário de Estado da Saúde. Seu vice, o empresário blumenauense Ronaldo Baumgarten Junior, está disputando sua primeira eleição.

Se preferir, ouça a entrevista no podcast do jornal O Município Blumenau no player abaixo:

Em entrevista, o candidato falou sobre como poderá contribuir caso seja prefeito de Blumenau novamente, suas propostas para transformar e unir a cidade, como o turismo precisa se reinventar e a retomada do ensino integral.

“Esse mandato de 2021 não é uma simples reedição, não é o mesmo João Paulo de 16 anos atrás retornando para a prefeitura. É alguém mais experiente, com mais vivência e com novas ideias para apresentar para a cidade”, defende.

Assista à entrevista na íntegra:

Em 2021 ainda teremos casos de Covid-19. Como seria sua administração considerando esse equilíbrio entre saúde e economia?

Não podemos lutar a segunda etapa dessa guerra com as mesmas armas da primeira. É preciso buscar informação e utilizar ela. Olhar para exemplos de outros países e ver o que deu certo e o que não deu. Temos exemplos como Coreia do Sul, Nova Zelândia e Alemanha que mostram que o que dá resultado é a testagem em massa e rastreamento de contatos.

É isso que quero fazer. A prefeitura precisa investir muito mais em testagem, rastreamento de contato, usar tecnologia ao nosso favor. Temos um grande desafio com a volta às aulas. Nenhum país ficou tanto tempo com as escolas fechadas como o Brasil. Isso terá um impacto imenso sobre o desenvolvimento das nossas crianças.

Precisamos abrir as escolas dando segurança às crianças, aos pais e aos professores. Buscando aprender o que deu certo em outros estados ou países. Para não ter que usar medidas amplas como uma quarentena, que poderia ter um impacto muito maior.

O senhor já foi prefeito de Blumenau. Com o que de diferente poderá contribuir que não conseguiu durante o primeiro período?

De lá para cá adquiri ainda mais experiência. Depois de deixar a prefeitura presidi a Agência de Desenvolvimento de Santa Catarina, fui deputado federal, Secretário do Estado da Saúde. Busquei também aprofundar os estudos e fiz mestrado em administração de cidades no exterior. E não preciso aprender como funciona a máquina pública.

Tenho novas ideias na questão da mobilidade, do transporte público que precisa ser completamente revisto, a questão da sustentabilidade, um novo modelo de desenvolvimento para a cidade. Temos coragem e o poder de sonhar com uma cidade melhor do que a que temos hoje.

O seu plano de mobilidade urbana se baseia muito no modelo europeu, onde as pessoas terão todos os serviços numa distância de 15 minutos. Em quanto tempo esse modelo poderá ser implantado em Blumenau?

A implantação desse modelo começa em janeiro. A cidade em 15 minutos é um conceito que será implementado ao longo dos próximos anos e muda completamente a maneira como a gente se enxerga na cidade. Como várias outras cidades brasileiras, Blumenau copiou muito do modelo americano, no qual você separa os lugares em que mora, trabalha, se compra e busca lazer e depende do carro para se locomover.

Queremos aproximar todas essas funções, o que exige privilegiar o zoneamento misto, para aproximar comércio e serviços das moradias. Claro que indústrias que impactam mais o dia a dia das pessoas precisam continuar em lugares específicos. Mas você precisa poder oferecer moradia próximo desses locais.

Buscamos ampliar a sensibilidade de serviços públicos em todas as áreas da cidade. O desafio não é no Centro. É nos bairros. Precisamos começar discutindo o que falta. A escola tem um papel importante, pois é o único equipamento público presente em todos os bairros da cidade. Mas ela passa metade do ano fechada.

O espaço da escola precisa ser valorizado. Pode ser um centro comunitário ou um espaço de lazer. A escola conecta a comunidade. E é claro que isso inclui discutir as calçadas e vias próximo às escolas. A prefeitura precisa implantar mais tecnologia a seu favor. Todas as regiões da cidade precisam da mesma qualidade de vida e do mesmo conceito de moradia.

Um dos princípios fundamentais da nossa gestão é o da convergência. Vemos uma cidade que está se separando. A qualidade de vida e o acesso aos serviços públicos variam muito entre os bairros. Precisamos discutir porque a expectativa de vida de quem nasce no Centro é diferente de outras regiões. Porque o desempenho escolar muda entre escolas. Todos merecem a mesma oportunidade.

O senhor pretende incentivar a instalação de novas empresas em Blumenau. Quais incentivos poderão ser dados pela prefeitura e qual o segmento prioritário em seu plano de governo?

Qual foi a última empresa que se instalou em Blumenau nos últimos anos? Lembramos apenas das que foram embora. Por que elas optaram por Indaial, Gaspar ou Pomerode? Durante as eleições temos visitado muitas empresas e conversado com os colaboradores e existe um diagnóstico comum com todos: a prefeitura não facilita a vida de quem quer empreender. Especialmente dos pequenos.

É muito difícil investir na cidade. Um alvará de construção leva um ano e meio. Uma licença ambiental leva mais de um. Muitas vezes processos da vigilância sanitária se arrastam por muito tempo sem dar regras claras do que precisa ser feito. Então o fundamental é simplificar e desburocratizar o processo de aprovação de projetos na cidade. Isso colabora não apenas com novas empresas, mas com as que estão contribuindo há décadas.

A prefeitura precisa ser parte da solução, não do problema. Há outras mudanças para serem realizadas. Temos uma proposta de criar um fundo de aval para que microempresas possam ter acesso a recursos de bancos oficiais com condições facilitadas. Outra questão importante é rever determinados zoneamentos da cidade. Na região do Garcia, por exemplo, ainda há muito zoneamentos exclusivos residenciais em áreas que são possíveis de expansão de novos negócios.

Uma das coisas que mais admiro em Blumenau é o espírito empreendedor do blumenauense. Em cada garagem que você entra tem alguém com uma máquina de costura, produzindo, prestando serviços. A prefeitura precisa estimular isso.

Qual sua proposta para a segurança pública? Sabemos que é uma atribuição principalmente do estado, mas de que maneira o município pode contribuir?

Primeiro com uma maior integração entre as polícias Militar e Civil. Isso se dará revendo o estatuto da Guarda Municipal, que não acho que tem que ser armada. Já conversei com a Guarda e eles também entendem dessa maneira. Precisamos adaptar a atual Guarda Municipal para que ela possa entrar no Sistema Nacional de Segurança Pública e receber recursos e compartilhar algumas dessas funções.

A prefeitura precisa investir num forte trabalho de monitoramento, também em parceria com a polícia. Algumas ações específicas, como as patrulhas da Lei Maria da Penha com policiais femininas acompanhando mulheres em situação de violência doméstica. E naturalmente um forte trabalho de presença do Estado nas comunidades para entender as raízes e causas da violência.

O trade turístico está preocupado com o futuro dos eventos na cidade. É uma das áreas mais afetadas pela pandemia. De que maneira conseguiremos reduzir esse impacto no ano que vem?

Temos que usar a criatividade no próximo ano para manter nosso calendário de eventos de alguma maneira. Especialistas mundiais em turismo afirmam que nos próximos dois ou três anos, boa parte do fluxo de turistas vai se dar em curtas distâncias ou através do turismo rodoviário. Os aviões e longas distâncias retomarão por último.

Nós, aqui em Blumenau, temos uma grande oportunidade porque somos um destino turístico atingido facilmente por trechos curtos de avião ou de carro. Estamos no centro de um grande conjunto de pessoas que fazem turismo de carro, seja nos estados ou nos países vizinhos.

Um exemplo é o Beto Carrero, que causou muita comoção por ter feito a Oktoberfest. Mas a pergunta que fica é: por que Blumenau não fez isso? Falta essa proatividade da prefeitura. Um exemplo é o Natal, que precisa ser discutido no final desse ano. Queremos realizar a Sommerfest em janeiro. Talvez não no mesmo modelo, dentro do pavilhão, mas há uma forma de fazer isso. O importante é manter o calendário.

O primeiro entendimento que precisamos ter é que o turismo não vai acabar, ele vai mudar. Nós temos que liderar essa mudança. Mas muito mais precisa ser feito. Precisamos voltar a ser um destino atrativo e buscar novos atrativos turísticos para a cidade. O último grande atrativo turístico que surgiu na cidade foi o Parque Vila Germânica, inaugurado em 2006.

Quando no nosso primeiro ano de governo decidimos desmanchar tudo e construir de novo em seis meses, fomos chamados de maluco. Acreditavam ser impossível o poder público realizar uma obra em cinco meses, entre o final da Oktoberfest e o começo da Texfair. Sobrou criatividade e capacidade de articulação.

Precisamos viabilizar o Centro de Convenções e recolocar Blumenau no roteiro dos grandes eventos e congressos. O impacto econômico do turismo na cidade é impressionante. Vai além do Parque Vila Germânica, chega em toda a cidade.

Na sua primeira administração o senhor implantou a escola em tempo integral. O senhor pretende voltar com esse modelo se for eleito? Em quantas escolas isso poderá ser feito nos primeiros anos?

Naturalmente retomaremos a escola em tempo integral. Em 2012 tínhamos sete escolas que funcionavam dessa forma, as que tinham menores resultados no Ideb. Há duas ações que você consegue medir crescimento no Ideb: ampliação de jornada e qualificação dos professores. Será feito mais ou menos nessa base, de sete a oito escolas por ano. Para que ao longo de quatro ou cinco anos todas nossas escolas trabalhem em turno integral com jornada de 7 horas pelo menos três vezes por semana.

Com atividade não só de apoio pedagógico e aulas, mas musicalização, informática, esporte e outras atividades que complementem a educação. Uma das nossas propostas inclusive é informatizar todas nossas escolas de forma adequada. Queremos que em 2022 cada aluno tenha um computador. Queremos trazer as empresas pra isso e preparar essa geração para a tecnologia da irformação.

O ensino integral não pára apenas no ensino fundamental. Em 2018 a prefeitura tomou a decisão de não aceitar matrículas em tempo integral na pré-escola. Isso causou um problema enorme para as famílias. Queremos retormar o tempo integral também nos CEIs e ampliar as vagas oferecidas. Inclusive com parcerias com creches privadas.

Cada vez mais pessoas estão preocupadas com a reciclagem. Há a possibilidade da Prefeitura de Blumenau buscar empresários para construir uma empresa de reciclagem na cidade?

Eu acho que essa questão precisa ser repensada. Não podemos ter o aterro sanitário como destino do lixo, como temos hoje. Há uma série de outras ações, não só ampliar a reciclagem. O próprio lixo orgânico pode gerar energia ou ser compostado. Precisamos nos espelhar nas boas referências mundo afora e dar um destino melhor para o lixo do que simplesmente enterrar. Para isso precisaremos de parcerias com empresas, instituições e outras cidades.

O senhor foi inocentado da acusação do crime de responsabilidade na Operação Tapete Negro, mas muitas pessoas ainda ligam seu nome a isso. Qual sua posição quanto a isso?

Só tenho uma resposta: absoluta transparência. Quem começou a falar desse assunto fui eu. Quem não deve, não teme. Tomei iniciativa de publicar todas as informações referentes a isso, para deixar claro a todos que nada de errado aconteceu. Não fui apenas inocentado, as denúncias sequer foram aceitas pela justiça por absoluta falta de provas.

Esse assunto machuca muito, porque o sentimento de injustiça é muito grande. Uma pessoa faz uma investigação completamente equivocada, uma série de denúncias infundadas contra você, se identifica que nada de errado aconteceu e eu tenho que ficar correndo atrás para me defender. Dá aquela dor da alma.

O senhor vai ficar os quatro anos ou sairá antes?

Assim que começaram as eleições eu falei de alguns compromissos fundamentais da campanha. Um deles é ficar os quatro anos como prefeito. Da mesma forma que cumpri integralmente meus dois mandatos, irei cumprir esse até o último dia.

Temos hoje uma ligação Velha-Garcia que não é o mesmo projeto feito na década de 1960. Se eleito, o senhor vai continuar essa obra?

Primeiro que aquilo não é uma obra. É uma manutenção. O questionamento que fica é como aquilo está sendo feito sem projeto ambiental e com parecer contrário do departamento de geologia da prefeitura, que se manifestou contrário a qualquer movimentação de terra no local. Em 2008 todo aquele morro veio abaixo. Tem uma fratura imensa e continua em risco. É uma área extremamente sujeita a deslizamentos. Não resolve o problema porque é extremamente limitada.

O que temos que discutir é a mobilidade da cidade como um todo. Isso envolve o transporte coletivo, a orientação do crescimento da cidade, de que forma vamos retirar nossa dependência do carro. Precisamos ter a consciência de que não dá para fazer a cidade para o carro. O que funciona é intervenção em favor do ônibus, da bicicleta e de andar a pé.

Há alguns anos se fala muito em calçadas aqui em Blumenau. Se eleito, a prefeitura cobraria as calçadas dos moradores ou faria elas para melhorar a mobilidade urbana da cidade?

Acho que vamos ter que rediscutir essa questão completamente. Acho que a prefeitura vai ter que fazer sim e colocar como contribuição de melhoria para poder manter um padrão. Ela precisa ser uniforme, não ter obstáculos, que a rampa da casa não impeça que pessoas com mobilidade reduzida passem. Temos que criar um fundo e investir em calçadas e ciclovias na cidade como um todo. Isso tudo inclusive está integrado com a melhoria do transporte.

Como a prefeitura poderia colaborar para que a cidade tivesse mais geração de empregos formais?

Já falamos muito sobre isso aqui. A geração de empregos passa por facilitar a vida de quem quer empreender; desburocratizar a prefeitura; nos aproximarmos do empreendedor, especialmente do pequeno, que é quem realmente gera um grande volume de empregos na cidade; falamos também dos empregos gerados a partir do turismo.

Acho que passa por ter uma postura de proximidade com o empreendedor. Investir muito na formação e qualificação profissional. A experiência do Ronaldo Baumgarten que foi vice presidente da Fiesc e da Acib, tem contatos com Senai e vários outros órgãos acrescenta muito.

Uma das coisas que eu mais tenho orgulho e carinho de ter realizado quando estava na prefeitura, a fundação Pró-Família criou um programa de adolescente aprendiz que foi modelo no nosso estado. Chegamos a ter 1,4 mil jovens em formação. As empresas também precisam cumprir com suas cotas e obrigatoriedade legal quanto ao primeiro emprego e a prefeitura precisa estar ao lado desses jovens.

O senhor irá rever o contato com a empresa de esgoto de Blumenau? Os valores devem ser reduzidos?

Todo contrato de concessão de longo prazo, como é o caso, precisa de revisão periódica de valores e metas. Isso certamente faremos. A obra do esgoto é importantíssima para a cidade. Se você conversar com os profissionais de saúde, os casos de verminoses e outras doenças diminuíram muito nas áreas em que a rede de esgoto foi instalada.

Durante os últimos anos se discutiu muito sobre a ponte do Centro. A prefeitura está duplicando a ponto Adolfo Konder. Quando prefeito, o senhor deixou o projeto de uma ponte ligando a Beira Rio até o bairro Ponta Aguda. Se eleito, o senhor pretende reativar esse projeto?

Primeiro precisamos entender a obra que está acontecendo aqui na Ponta Aguda não apenas como uma ponte. Esse foi o primeiro equívoco na época, entender apenas como uma ponte, quado na verdade é um conjunto de obras para melhoria da mobilidade da cidade. Não apenas do carro, mas dos ciclistas, pedestres e transporte coletivo.

Em especial, para minimizar o engarrafamento que ainda existe na região da Ponta Aguda. Que prevê uma operação em binário entre a rua Chile, que foi prolongada, e eliminando sinaleiras na rua República Argentina. Por conta disso, a ponte saía da rua Rodolfo Freygang em direção à rua Chile.

Infelizmente, ao invés de discutir as novas pontes, a cidade ficou rediscutindo o que já havia sido estudado e escolhendo uma opção que não é ideal. O trânsito continua sendo obrigado a dar aquela volta. Mas agora é preciso tocar essa obra e rediscutir outras ligações. A ponte do Sesi, a ponte da Itoupava Norte, a Via Expressa, a rua Pedro Zimmermann.

O Blumenau 2050 trouxe essa discussão das grandes obras, do sonho e grandes soluções para a cidade. Viabilizou o contrato com o Banco Interamericano, sendo a primeira cidade do Brasil com menos de 1 milhão de habitantes assinando contrato direto com o BID. Os outros só assinavam através do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica. Foram três anos de negociação.

Esse contrato, que tá quase encerrando, viabilizou o prolongamento da Humberto de Campos, o Centro de Operações e uma série de outras ações realizadas na cidade. A pegunta que fica é: qual o próximo contrato com o BID? Quais as próximas grandes obras que a cidade vai fazer? Blumenau não pode se dar ao direito de pensar pequeno. Temos que pensar na próxima geração.

Se você e Ronaldo Baumgarten forem eleitos, ele ficará somente na figura de vice-prefeito ou vai assumir alguma secretaria de acordo com a experiência dele?

A discussão de assumir ou não secretaria não está na pauta, naturalmente. Mas o Ronaldo, pela experiência que tem, tem um papel enorme a cumprir na cidade em ajudar a tocar a prefeitura, trazer a visão empresarial para dentro da prefeitura, vai ter um papel importante na geração de empregos. Nós dividiremos a gestão da cidade a quatro mãos. Nosso objetivo é unir nossas experiências a favor da cidade.

Quais são suas propostas referentes ao Cepread, o setor de proteção aos animais domésticos?

Temos três ações extremamente importantes a serem realizadas na questão do bem estar animal. Uma é ampliar o programa de castração, levar isso aos bairros e controlar a população. Vamos fazer parceria com a Furb e buscar outras entidades. Outra é trabalhar em conjunto com as entidades e cuidadores independentes que a cidade tem. Eles fazem um trabalho extraordinário na cidade e precisam do nosso apoio. E também a conscientização do não abandono, da adoção de animais e do cuidado também precisa ser trabalhada.

O senhor foi eleito deputado federal, mas se licenciou para ser Secretário do Estado de Saúde. Também tinha um relacionamento próximo com o governador Raimundo Colombo. Por que não influenciou nas decisões quanto ao prolongamento da Via Expressa?

Não é verdade que eu nunca exerci meu mandato. Fiquei dois anos como secretário estadual de Saúde a convite do governador Raimundo Colombo e dois anos exerci meu mandato em Brasília. Nos dois anos como secretário viabilizei recursos para todos nossos hospitais de Blumenau, terminamos a obra do hospital Misericórdia, trouxe o Arcanjo, aumentei em 60% o valor de repasse para o Hospital Santo Antônio, recursos para o Ambulatório Geral da Escola Agrícola…

O volume de recursos que foram aplicados na cidade foi extremamente importante justamente por ser de Blumenau, saber dos problemas e estar como secretário. Foi justamente por estar no governo do estado que consegui que o governador incorporasse nas obras estaduais o prolongamento da Via Expressa. O que está lá realizado hoje, foi feito na época dele.

Uma das grandes queixas que temos acompanhado é que Blumenau não abriga mais grandes eventos culturais, como shows nacionais. Você pretende trazer grandes eventos de volta para a cidade?

Precisamos é incorporar grandes eventos no calendário da cidade. Mas acima de tudo entendo que o papel da prefeitura e de outras entidades é de estabelecer parcerias com os produtos culturais, coletivos de cultura e proporcionar que eles tenham espaço para se manifestarem de todas as formas. Viabilizar que eles se apresentem. Utilizar melhor a Fundação Cultural. A cidade precisa ser o mais inclusiva possível e dar espaço a todo tipo de manifestação cultural.


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