Josué de Souza

Cientista social e professor, é autor do livro Religião, Política e Poder, pela EdiFurb.

Um governo de personalismos e barulhos nas redes sociais

Colunista faz críticas ao primeiro semestre dos governos federal e estadual

Um governo de personalismos e barulhos nas redes sociais

Esta semana se completou o primeiro semestre dos governos dos estados e Presidência da República eleitos no último pleito. Tratados como novidade política em uma eleição que surpreendeu a todos: imprensa, políticos vencidos e até os vencedores. O governo Jair Bolsonaro (PSL), assim como o de Carlos Moisés (PSL), não possui hoje nem mesmo uma miragem daquilo que construíram durante a campanha de 2018.

Bolsonaro e Moisés souberam surfar e muito bem a onda de insatisfação que circulava na esfera política desde as manifestações de junho de 2013. Naquele ano, a população foi à rua contra os aumentos abusivos das passagens de ônibus nas principais cidades do país e contra os gastos excessivos nas obras dos estádios para a Copa do Mundo de 2014.

As manifestações de 2013 praticamente divorciaram o sistema eleitoral brasileiro da população. No ano seguinte, em 2014, tivemos um violento embate eleitoral entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), que quebrou também o pacto eleitoral existente entre as elites políticas e econômicas.

O resultado foi o processo de impeachment contra a presidente Dilma e o mergulho do país em uma insegurança institucional que dura até hoje.

O bolsonarismo trocou a negociação política por uma política de confronto, não só com a oposição, mas também, com o Legislativo e o Judiciário. Característica que, em menor medida, também é presente no governo Moisés.

Representantes do governo do estado passaram a semana passada anunciando que o Executivo teria encaminhado para os hospitais da região aproximadamente R$ 190 milhões. Esqueceram de dizer, portanto, que a verba foi uma emenda legislativa, ou seja, da Assembleia, sendo que esta medida fora questionada pelo governador na Justiça, mas ele perdeu. Agora apresentam-se como pais da criança.

O PSL não é novidade política, nunca foi. Seu berço é o centrão político que hoje finge combater. Passados seis meses da realidade do governo, sobram derretimento da imagem. Sobram improvisos e decisões recheadas de ideologia. Um governo de personalismos e barulhos nas redes sociais.

Vale resgatar aqui uma entrevista recente do senador Esperidião Amin (PP). Segundo ele, o PSL e o bolsonarismo são filhos e descendentes do antigo PDS.

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