“E se a Furb fosse estadualizada?”
Para colunista, período eleitoral na universidade e no governo estadual é o momento para se levantar a bandeira
E se a Furb fosse estadualizada?
Na segunda-feira, dia 3, começou a campanha eleitoral para escolher o novo reitor da nossa querida Universidade Regional de Blumenau (Furb). Quatro chapas disputam a sucessão do atual reitor, João Natel. A importância desta escolha vai para além dos muros da universidade.
A Furb, para Blumenau, é importante não somente porque a universidade possui hoje, mais de 40 cursos de graduação, e uma capacidade de atendimento de 12 mil alunos. Mas porque a sua história confunde-se com a história de Blumenau.
Blumenau e a Furb precisam discutir o modelo de universidade e, por consequência, o modelo de desenvolvimento para Blumenau e região. No último dia 25 de julho, em uma cerimônia simbólica na sede da Fundação Cultural, e com a presença de várias lideranças políticas, o prefeito Mário Hildebrandt (PSB) apontou, e com razão, que por sua importância no estado de Santa Catarina, já passou da hora de Blumenau ter um campus da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
O sonho do ensino superior público, gratuito e acessível no Vale do Itajaí está presente desde a década de 1950, uma luta pautada através da reivindicação de setores médios e populares da comunidade regional. Sua trajetória começa em 1953 junto a diversas instâncias de governo pela implantação de uma instituição de educação superior.
Somente em 1964, via lei municipal, instituiu-se uma universidade pública, através de esforços próprios e com bases comunitárias. Neste modelo, a comunidade contribuía voluntariamente para o financiamento da educação superior. A trajetória da Furb está forjada pela da história e identidade política e cultural da região.
Deveríamos aproveitar o entrecruzamento do período eleitoral na universidade e no governo do estado e levantar a bandeira para que a presença da Udesc na região deve ocorrer via Furb.
O orçamento da Furb gira em torno de R$ 200 milhões. Com a estadualização, seriam R$ 200 milhões de verbas estaduais na região. O dinheiro das mensalidades, que hoje os alunos investem em sua formação, poderá ser revertido à economia local.
Um belo investimento para quem reclama da pouca atenção dos políticos de Florianópolis para o Vale.
Josué de Souza escreve sempre às terças-feiras