Júri popular de assassina da grávida de Canelinha será nesta quarta-feira; saiba detalhes

Tribunal do Júri com Rozalba Grime ocorrerá no plenário da Câmara de Vereadores de Tijucas

Nesta quarta-feira, 24, às 8h, será realizada a sessão do Tribunal do Júri com Rozalba Grime. Ela é acusada de matar a amiga grávida Flavia Godinho Mafra para retirar um bebê de seu ventre, em agosto de 2020, em Canelinha.

O julgamento terá lugar no plenário da Câmara de Vereadores de Tijucas, cuja entrada será controlada pela Polícia Militar. Terá restrição ao público em atenção às normas de segurança sanitária para combate à Covid-19.

Profissionais da imprensa poderão acompanhar a movimentação inicial do júri, antes da fase de oitiva das testemunhas e do interrogatório da ré, em uma área reservada aos veículos de comunicação.

No Tribunal, também será autorizada a cobertura de parte dos debates entre acusação e defesa e do momento de prolação da sentença. O jornal O Município estará presente na cobertura do julgamento e vai trazer as atualizações em primeira mão no nosso site.

Além das pessoas envolvidas na realização do júri, apenas um pequeno grupo de familiares da ré e da vítima terá acesso ao plenário da Câmara. A página do Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC) divulgará o resultado do julgamento.

O júri será presidido pelo juiz José Adilson Bittencourt Júnior, titular da Vara Criminal de Tijucas, com a atuação dos promotores de justiça Alexandre Carrinho Muniz e Isabela Ramos Philippi, além da advogada Patricia Daniela Adriano como assistente de acusação. A defesa terá a atuação dos advogados Rodrigo Goulart e Bruna dos Anjos. É prevista a oitiva de 16 testemunhas arroladas.

Presa preventivamente, Rozalba foi pronunciada pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel, mediante dissimulação e para encobrir outro crime. Também pelo crime de tentativa de homicídio qualificada pela impossibilidade de defesa (em relação ao bebê). Ela responderá, ainda, pelos crimes de ocultação de cadáver, parto suposto, subtração de incapaz e fraude processual.

Facebook/Divulgação

Desenrolares

No final de setembro deste ano, a defesa de Rozalba Grime pediu a mudança do julgamento para a comarca de Florianópolis. A alegação da defesa da assassina da grávida de Canelinha era de que o júri popular na Comarca de Tijucas seria imparcial. Mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça.

No pedido feito, a defesa apresentou dois argumentos. Falta de imparcialidade e risco à integridade física e moral da custodiada. Para sustentar, foram apresentados comentários pejorativos feitos em uma notícia de veículo de repercussão estadual. Na visão do Tribunal de Justiça, as provas relacionadas não são suficientes para a mudança de comarca.

A Justiça alegou que o crime ocorreu em uma cidade de cerca de 13 mil habitantes, mas o julgamento irá ocorrer em cidade vizinha. Com isso, o júri será composto por moradores de Tijucas, e não Canelinha, onde ocorreu o crime.

Segurança no julgamento

Quanto a insegurança, a defesa relembrou que Rozalba precisou ser transferida de presídio devido represálias e ameaças. Porém os registros da Justiça demonstram uma situação diferente. A sua mudança ocorreu junto com todas as outras presas porque o presídio deixou de ser misto. Na situação, ainda, ela escreveu um bilhete pedindo para permanecer em Tijucas. Além disso, não foi anexado nenhum registro de ameaça feito para Rozalba no período em que esteve no Presídio de Tijucas.

Ainda sobre a insegurança, a defesa supôs que a Comarca de Tijucas não seria o ambiente adequado, visto que familiares da vítima poderão participar do julgamento. Mas a Justiça destacou que a sessão será fechada ao público e somente dois familiares, de cada envolvido, poderá participar.

O Tribunal também destacou que a segurança necessária para o julgamento foi devidamente requisitada ao Comando da Polícia Militar de Santa Catarina. Serão disponibilizados policiais suficientes para garantir a segurança e ordem na sessão.

Flávia estava grávida de 36 semanas/ Foto: Arquivo pessoal

O caso

Flávia foi encontrada morta no dia 28 de agosto de 2020. Ela era moradora do bairro Cobre, em Canelinha, e estava grávida de 36 semanas. O corpo foi localizado no bairro Galera.

De acordo com a Polícia Civil, Rozalba confessou que matou a vítima com golpes de tijolo na cabeça. No depoimento, a assassina afirmou ter usado um estilete para retirar o bebê do útero da gestante.

Segundo o delegado, Rozalba admitiu ter contado à vítima que haveria um chá de bebê como forma de atraí-la. Flávia tinha saído de carona para o evento. O crime ganhou destaque nacional e chegou a ser noticiado no programa Fantástico, da TV Globo.


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