Supremo Tribunal Federal arquiva inquérito contra Dalírio e Napoleão
Investigação havia nascido da delação de executivos da Odebrecht Ambiental à Operação Lava-Jato
Por Evandro de Assis- 11/12/2018
- 13:13
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, arquivou o inquérito que investigava supostos repasses irregulares da Odebrecht Ambiental à campanha do ex-prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) em 2012.
Além de Napoleão, o senador Dalírio Beber (PSDB) havia sido citado na delação premiada de Paulo Welzel, diretor da empresa. Ele acusou os blumenauense de receber R$ 500 mil em caixa 2.
A decisão da ministra atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF), para quem “mesmo esgotadas as diligências investigativas, não se formou convencimento sobre a ocorrência delitiva”.
Em agosto, a própria Rosa Weber havia ordenado a baixa da investigação à primeira instância, em Blumenau, baseada no entendimento do STF que limitou a abrangência do foro privilegiado de políticos. Porém, 20 dias depois o MPF solicitou que a investigação fosse arquivada por não existirem provas de irregularidades.
Paulo Welzel obteve os benefícios de uma delação premiada após acusar políticos de Blumenau e de Uruguaiana (RS) de receber dinheiro para operações de caixa 2 em campanhas eleitorais.
Além de Napoleão e Dalírio, os deputados Décio Lima (PT) e Ana Paula Lima (PT) são investigados em inquérito semelhante, mas que está parado no gabinete da ministra Carmen Lúcia, também no STF. Conforme Welzel, tanto a candidatura de Ana Paula quanto a de Jean Kuhlmann (PSD) teriam sido beneficiadas pelos mesmos R$ 500 mil.
O inquérito de Kuhlmann foi remetido ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, em Porto Alegre, e até hoje não virou denúncia contra o deputado estadual.
Codinomes
A delação da Odebrecht Ambiental também revelou a existência de outros 14 codinomes relacionados a Blumenau nas planilhas de propina da empreiteira. Nenhum deles jamais foi identificado por investigadores.
Fermento 3, segundo as planilhas da Odebrecht computadas pela Folha, recebeu R$ 3,75 milhões ilegalmente. Outros apelidos relacionados a Blumenau nunca associados a nomes reais são: Sócio, Sócio 1, Manquinho, Cosme e Damião, Zangado 3, Coordenador, Soldado 1, Soldado 3, Soldado 5, Mestre, Mestre 3, Popular e Don.
