Motorista brusquense conta detalhes sobre tentativa de assalto com três mortes na BR-116
Márcio Padoani Júnior foi abordado por um dos assaltantes na cabine do motorista
“Foi em questão de minutos, me abordaram, entraram, fizeram o assalto, segui no ônibus até PRF (Polícia Rodoviária federal)”, relata o brusquense Márcio Padoani Júnior, de 36 anos de idade, que dirigia o ônibus que sofreu a tentativa de assalto que terminou em morte, na madrugada desta quarta-feira, 12.
O ônibus vinha de São Paulo para Brusque, na BR-116. O crime ocorreu no km 36, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná, por volta das 2h.
Júnior, que é motorista há 9 anos, conta que um veículo estava na frente do ônibus e o fechou na pista. Segundo ele, era um Nissan Versa de cor branca. Ao parar o ônibus no acostamento, para evitar uma colisão, Júnior foi abordado pelos assaltantes.
“Eles já desceram com as armas em punho. Com a arma na mão, mandaram eu abrir as portas do ônibus e eu abri”, relembra.
Um dos assaltantes ficou com ele na cabine do motorista e outros três subiram na cabine dos passageiros. Segundo o motorista, todos estavam armados e a ordem era continuar a dirigir o ônibus. “Na hora, eu mantive a calma, fiz tudo o que eles pediram”, diz.
De acordo com Júnior, os assaltante ordenaram ele a passar o carro usado para o assalto, que seguiu o ônibus pela rodovia. O que ele não sabia era que um dos passageiros estava armado e disparou contra os assaltantes, que buscavam por dinheiro e objetos de valor.
De acordo com a PRF, este passageiro tinha porte de arma na modalidade de colecionador, atirador e caçador.
Dois dos assaltantes foram atingidos pelos tiros. O terceiro quebrou umas das janelas do ônibus, jogou-se e foi atropelado por um caminhão. Os três morreram.
“Eu nem escutei os tiros, não escutei nada, eu estava tão concentrado dirigindo que não ouvi”, conta Júnior.
O assaltante que estava na cabine junto com Júnior saiu do ônibus quando o veículo parou no acostamento. Entretanto, o passageiro armado também saía do veículo no mesmo momento, por outra porta. “Ele disse que atirou no assaltante, mas a gente não sabe se ele morreu ou não, pois fugiu para o mato”, conta Júnior.
Outro envolvido, motorista que fazia o transporte dos assaltantes, também fugiu. Júnior conta que um dos assaltantes alvejados estava na escada do ônibus e foi deixado no acostamento. O outro ficou dentro do ônibus, que seguiu até a PRF de Campina Grande do Sul.
“Eu parei, abri a porta e os pobres dos passageiros tirou ele (o assaltante morto) do ônibus. Demorou um pouco paras ambulâncias chegarem”, relata.
Uma passageira de 62 anos, que tinha sido atingida de raspão por um tiro, foi socorrida pela concessionária que atende o trecho da rodovia. Ela foi encaminhada para o Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba.
Após os momentos de terror, os passageiros e o motorista entraram em outro ônibus enviado pela empresa de transporte. Todos seguiram viagem.
Márcio conta que ainda está assustado, porém pretende voltar ao trabalho nesta quinta-feira, 13. Ainda não informações sobre outros assaltantes, que fugiram.