MP pede medida protetiva para irmão de menina de três anos morta em Indaial
Medida foi aprovada já na quarta-feira
O Ministério Público pediu medidas protetivas para o irmão de Isabelly de Freitas, morta nessa segunda-feira, 4. O requerimento surgiu após a menina de três anos ser brutalmente morta e enterrada em uma mata de Indaial. A mãe e o padrasto são os principais suspeitos do crime.
Ainda segundo as informações, a 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Indaial – com atribuição na área da infância e juventude – já havia iniciado uma apuração de possíveis maus-tratos na família da vítima há algum tempo, em procedimento instaurado a partir de relatório do Conselho Tutelar. As denúncias que originaram a atuação da rede eram anônimas.
No procedimento, o Ministério Público, de acordo com os protocolos de atuação na área da infância, buscava reunir elementos mais concretos a respeito do contexto da família sobre os supostos maus-tratos. A atuação acontecia em parceria com o Conselho Tutelar e os órgãos da rede de proteção, como o CREAS.
Ainda conforme o divulgado, a mãe e o padrasto vinham dificultando a apuração e o acompanhamento dos órgãos de proteção, chegaram até a mudar de endereço.
Na quarta-feira, 6, diante da morte de Isabelly, o Ministério Público pediu medidas protetivas ao irmão da vítima. O pedido foi deferido pela Justiça em regime de plantão ainda na noite desta quarta-feira, 6.
Mais informações sobre o caso e sobre a criança não são foram divulgadas, porque todos os casos que envolvem crianças e adolescentes correm em sigilo por previsão legal.
Mãe agressiva e coletiva de imprensa
A Polícia Civil de Indaial divulgou detalhes nesta quinta-feira, 7, da investigação que levou à prisão do padrasto e da mãe acusados de matar uma menina de 3 anos, identificada como Isabelly de Freitas. A coletiva de imprensa aconteceu na 3ª Delegacia Regional de Polícia de Blumenau, na rua Humberto de Campos.
O delegado Filipe Martins, responsável pelo caso, revelou que a polícia comprovou que os dois criaram um cenário de sequestro para encobrir o crime. A morte teria acontecido na segunda-feira, 4.
Segundo as investigações, um carro cinza teria estado no local onde a menina desapareceu. A polícia localizou o veículo, que pertencia a um motorista de aplicativo, e confirmou que ele esteve lá a pedido do padrasto. No entanto, nenhuma pessoa entrou no carro, que permaneceu no local por cerca de cinco a seis minutos. Ao todo, 12 pessoas foram ouvidas no decorrer das investigações.
A narrativa inicial fornecida pelos dois indicava que ela estava lavando roupa enquanto Isabelly estava na sala e, de repente, teria desaparecido. No entanto, a polícia encontrou elementos que contradizem essa versão, levando os suspeitos a confessarem o crime. O padrasto admitiu sua participação primeiro, alegando que agrediu a criança para corrigi-lá, enquanto a mãe continuou a agredir a vítima no quarto.
Após a morte da criança, eles a colocaram em uma mala e a levaram a pé até uma região de mata, na rua Itajaí, onde o padrasto teria cavado uma cova com as mãos e a enterraram junto com um cobertor azul.
Apesar de buscas no local da cova, o corpo de Isabelly não foi encontrado pela Polícia Civil na mata fechada. O padrasto, então, ajudou os policiais a localizar o corpo. Durante a investigação, foi identificado sangue na casa da família. O uso de reagente luminol revelou a presença de sangue em diversos cômodos, como no quarto, sala, cozinha e banheiro.
Ao delegado, familiares da mãe relataram que ela era bastante agressiva com a menina. Segundo o delegado Filipe Martins, não há indícios de participação de terceiros no crime.
Além disso, o delegado Antonio Godoi, que auxiliou nas buscas, relatou que encontrou um tapete pendurado numa cerca e, aos fundos da casa, uma calça manchada com cloro, evidências que podem estar relacionadas ao crime.
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