MPT-SC encontra trabalhadores do plantio de cebola sem salário e comida no Vale do Itajaí
Ação aconteceu na última sexta-feira
O Ministério Público do Trabalho identificou na sexta-feira, 27, 18 trabalhadores em trabalho irregular no interior de Santa Catarina, na região do Vale do Itajaí. Eles não recebiam comida ou salário.
Eles vieram de Pernambuco em busca de emprego e, já em território catarinense, conheceram uma pessoa que se ofereceu para “agenciar” as contratações em diferentes propriedades para a plantação de cebola, na região de Ituporanga. O homem conhecido como “gato” fugiu com todo o dinheiro que deveria ser repassado às vítimas.
Os trabalhadores estavam divididos em dois grupos. Eles aceitaram receber R$ 7,50 a cada mil mudas de cebola plantadas. Nove deles estavam alojados numa casa na propriedade onde prestavam o serviço e outros nove em um imóvel alugado por eles, no centro de Imbuia, no Alto Vale do Itajaí.
O dono da plantação disse ter repassado ao aliciador R$ 11.000,00 para ser dividido entre os trabalhadores. O homem fugiu com todo o dinheiro, deixando os nordestinos sem salário e comida, e sob ameaça de despejo da casa alugada.
A inspeção na propriedade foi realizada pelo procurador do Trabalho Acir Alfredo Hack, Coordenador da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) no MPT-SC, com o auxílio da Polícia Federal, após denúncia encaminhada pela reportagem da emissora SCC SBT.
Investigações
Conforme o procurador, o trabalho análogo ao de escravo não foi identificado, mas sim irregularidades trabalhistas graves como falta de registro profissional e de pagamentos pelos serviços realizados.
O dono da propriedade se comprometeu em assinar a carteira de trabalho dos nordestinos, pagar pelos serviços prestados e não repassados pelo aliciador e arcar com as verbas rescisórias daqueles que desejarem retornar ao destino de origem, já que a época do plantio de cebola está terminando. O pagamento será feito nesta terça-feira (31.08) e acompanhado pelo procurador do Trabalho Piero Rosa Menegazzi, responsável pela Procuradoria do Trabalho no Município de Blumenau, que abrange a cidade de Imbuia.
As investigações seguem para identificação do aliciador que após saber que houve a denúncia está ameaçando o dono da plantação e os trabalhadores vítimas do golpe.
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