O que foi dito aos adolescentes no evento sobre diversidade da Escola Elza Pacheco, em Blumenau

Palestrantes falaram sobre diversidade cultural brasileira e no Oriente Médio, diversidade de gênero e diversidade religiosa

Do lado de fora, nenhuma confusão. Do lado de dentro, curiosidade e conversas amistosas. Os estudantes do Ensino Médio da escola Elza Pacheco ouviram professores, pesquisadores e ativistas, e puderam debater sobre diversidade cultural no Brasil e Oriente Médio, de gênero e religiosa na noite desta terça-feira, 14. Um clima bem diferente do observado no debate externo sobre a realização do evento escolar.

Após uma breve apresentação sobre os temas, cinco convidados responderam aos questionamentos dos alunos. Abaixo, listamos algumas frases que foram ouvidas pelos presentes. O evento completo pode ser assistido na página da escola no Facebook. Somente estudantes tiveram acesso à sala de aula em que ocorreram os debates.

O que os adolescentes ouviram:

”É necessário reconhecer a diversidade de povos. Em Santa Catarina existem três grupos indígenas. Durante muito tempo a população indígena foi invisibilizada. O índio é um cidadão brasileiro e tem tantos direitos quanto nós”.

“Há mais de 300 grupos étnicos no Brasil atualmente. Temos que observar essa diversidade que é muito grande e é uma característica do país. Essa diversidade precisa ser reconhecida. Não existem grupos étnicos mais ou menos importantes, temos vários e eles formam a sociedade brasileira”.
Professora Cíntia Rodrigues, que falou sobre diversidade cultural indígena

“Um levantamento em Blumenau feito este ano mostra que 61% da população é católica, 15% evangélica neo ou pentecostal e 7,8% luterana. Esses dois números são maiores que a média brasileira por causa da história da nossa cidade”.
“Intolerância é fruto do crescimento da diversidade religiosa no Brasil. Pesquisadores defendem que o Brasil está num processo de modernização, logo, terá cada vez mais diversidade… e cada vez mais conflitos”.

Professor Josué de Souza, que falou sobre diversidade religiosa

“Só quem é mulher sabe o que é machismo, só quem é negro sabe o que é racismo. Eu posso ter dificuldade de entender, mas eu preciso reconhecer essas diferenças, esses prejuízos sociais”.

“Crime de ódio é crime de intolerância. A cada 25 horas morre um LGBT no Brasil vítima de crime de ódio. Negar esse debate é censurar a possibilidade da gente viver nossa plenitude no ambiente escolar. A escola não está fora da sociedade. Não adianta negar nossa existência”.

“Faço um apelo para que a gente não entre na agenda do ódio. Ser mais tolerante não significa que eu tenha que ser igual, significa que eu tenho que respeitar a diferença”.
Lenilso da Silva, suplente de vereador e ativista dos movimentos negro e LGBT, falou sobre diversidade de gênero

“O Brasil é o país que mais mata LGBTs e pessoas trans no mundo. 32 anos é a estimativa de vida. Discutir gênero é isso: respeitar as diferenças. Essas pessoas que atacam, por que atacam? A perseguição ao diferente ainda continua”.
A empresária Luísa do Prado falou sobre diversidade de gênero

Avaliação

Ao final da noite desta terça, os professores Josué de Souza e Maicon Roberto Poli de Aguiar, organizadores do Festival de Cinema, avaliaram que a ação dos vereadores e a polêmica que a seguiu serviram para reforçar a necessidade do evento.

Segundo o professor Maicon, a polêmica teve pontos positivos: deixou o debate ainda mais rico e chegou a mais pessoas, com transmissão via internet. De negativo, houve ameaças no Facebook contra a escola e pessoas envolvidas no projeto.

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