Obras na BR-470 podem ser interrompidas após cortes de verbas federais

Dinheiro restante pode manter trabalhos durante dois meses

Após o corte de R$ 136,5 milhões destinados à infraestrutura federal de Santa Catarina, devido ao veto do presidente Jair Bolsonaro, as obras na BR-470 e na BR-280 podem parar em até três meses.

Os prazos foram sinalizados nesta segunda-feira, 3, pelo superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de SC (Alesc).

BR-470

Segundo Barbosa, os R$ 56 milhões que sobraram para a BR-470 (foram aprovados R$ 111,9 milhões na Lei Orçamentária Anual) serão suficientes para “um horizonte de dois meses de trabalho”. Ele afirmou que o órgão e a empresa que toca a obra já haviam se organizado para um volume maior de investimentos.

BR-280

Em situação semelhante, Barbosa afirmou que os R$ 32 milhões restantes no orçamento para os trabalhos (foram aprovados R$ 76,2 milhões), servirão para mais três meses de investimento.

“Na BR-470, o orçamento que temos hoje é de R$ 56 milhões. Isso eu tenho um horizonte de dois meses de trabalho. […] Isso trabalhando com o recurso que temos, porque a empresa se preparou para investir bem mais. Ficou R$ 56 milhões no orçamento, a gente sabe que em dois meses isso se esvai. Na BR-280, com que foi aprovado, a gente vai terminar esse orçamento em três meses”, afirmou.

Além dessas duas rodovias, os cortes atingem também as BRs 282, 285 e 163. Ao todo, a Lei Orçamentária Anual foi aprovada no Congresso Nacional com R$ 243,1 milhões para obras federais no Estado. Com os vetos de Bolsonaro, esse valor caiu para R$ 106,6 milhões.

Possíveis soluções

Na audiência, que contou com a participação de deputados e senadores, ficou acordado que haverá um movimento político em Brasília em parceria com o governo do Estado para reaver os recursos.

Outra solução, pelo lado privado, foi sugerida pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar. “Eu acho que chegou o momento de nós tratarmos mais das nossas concessões, das nossas privatizações. Todos os anos nós somos surpreendidos com vetos, com cortes”, disse. O presidente da entidade também defendeu a criação de um banco de projetos para atrair investimentos internacionais.


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