Pelos Bairros: rua fechada pela metade e ponte retirada são alguns dos problemas do Badenfurt
Jornal O Município Blumenau foi até a comunidade para conhecer os maiores anseios dos moradores
Situações como rua fechada pela metade, obra atrasada, ponte retirada e não reconstruída e falta de espaço no Ambulatório Geral são alguns dos problemas relatados pelos moradores e que faltavam esclarecimentos do poder público.
Confira as situações apontadas pela comunidade.
Mesmo assim, esse pequeno trecho rodeado de área verde continuava tendo o trânsito de veículos normalmente. Porém, no ano passado, após um rompimento de uma tubulação, pequena parte da rua cedeu. Com isso, ficou arriscado para a passagem de carros.
“Ali passava todo tipo de carro, caminhão, van escolar… Mas depois disso ficou perigoso, aí ligamos para a prefeitura. Queríamos que eles arrumassem, porque não é tão grande, mas demorou muito, até que um dia vieram umas máquinas e fecharam a rua no meio”, apontou José Lunard, morador da rua Germano Kuhlmann.
Com os cerca de 70 metros fechados, a via agora é separada em duas. Uma parte dos moradores entra por um lado e uma parte por outro, Segundo Lunard. Além disso, várias pessoas precisaram mudar as rotas diárias e dar voltas maiores para acessar a Johann Sachse.
“Sem falar nos motoristas de Uber que vem por aqui, chega ali e fica sem entender, porque vem pelo GPS né, e no GPS a rua continua. Todo dia tem vários, que daí precisam dar a volta, ficam perguntando pra gente como chega no outro lado”, relatou Lunard.
Enquanto a nossa reportagem estava no local, um motorista de aplicativo passou por esse problema. Chegou e teve que dar meia volta, pois não tinha como acessar a “outra parte” da Germano Kuhlmann.
Um vídeo mostra o trecho que está fechado, confira:
Em resposta, a Defesa Civil de Blumenau informou que a interdição da via aconteceu por uma questão de segurança. Além disso, não há ainda respostas para o que pode ser feito no local, mas já existe um projeto em andamento para ser encaminhado a Secretaria Nacional de Defesa Civil.
O resultado disso foi, primeiramente, a interdição da ponte para manutenção, e na sequência, segundo a prefeitura, a retirada dela do local para segurança dos moradores. Ao mesmo tempo, veio a promessa de que outra estrutura seria construída. No entanto, os meses se passaram e até o momento não há uma nova travessia.
“Muita gente passava por ali, trabalhadores e principalmente os alunos de uma escola aqui perto. Agora precisam dar uma volta bem maior para atravessar esse trecho. E ainda nem sabem quando ou se uma ponte nova vai ser mesmo erguida”, afirmou o presidente da Associação de Moradores e Amigos do Badenfurt (Amaba), Jonatan Borges Severino.
Em nota, a Prefeitura de Blumenau informou que já está licitando o projeto de uma nova ponte para o local, que comporte também a passagem de carros. Segundo o executivo municipal, assim que tiverem o retorno desse projeto, se dará início a busca de recursos para viabilizar a obra. Ainda não há prazo para que isso aconteça.
Segundo anúncio, o complexo – quando finalizado – terá academia, vestiários, chuveiros, enfermaria, banheiros, sala de professores, administração, depósito e copa. Para tudo isso, o investimento é de R$ 2.968.517,82, por meio de um convênio feito pela Prefeitura de Blumenau, Caixa Econômica e Ministério do Esporte.
Quando iniciada, a expectativa era entregar o centro em 14 meses, ou seja, agosto de 2019. Porém, estamos em março de 2020 e a obra ainda não está concluída. Aliás, segundo a própria Prefeitura de Blumenau, está apenas com 47% da execução concluída.
“As crianças usavam para fazer educação física, depois que começou a obra, pela segurança, não puderam mais, mas a obra tá andando bem devagar. Sempre tem alguém, mas tá indo a passos de tartaruga”, apontou uma funcionária da escola, que não quis se identificar.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria da Educação informou que já notificou a empresa responsável pela obra por conta dos atrasos. Além disso, destacou que os serviços estão continuando e que o prazo atual de entrega é 30 de julho, mas que deve ser prorrogado até o fim deste ano.
“Sempre que eu preciso vir aqui é essa fila toda. Hoje por exemplo to esperando aqui fora no calor, porque lá dentro não tem mais lugar pra sentar”, conta Marcelo Vieira, que estava acompanhando a esposa em atendimento.
Outra situação em que a comunidade pede atenção do poder público é na acessibilidade nos banheiros. O presidente da Amaba, Jonatan Borges Severino, conta que nas reuniões que acontecem na unidade de saúde, o tema quase sempre é colocado em pauta.
“Não tem banheiro para deficientes, para cadeirantes. É uma situação básica que deveria ter a atenção do município, mas não tem. Além disso, lá fora no estacionamento faltam placas para sinalizar. É uma bagunça, um carro entra e sai por onde ele acha que é o certo”, destacou.
Por meio de assessoria de imprensa, a Secretaria de Saúde informou que cada região sanitária de Blumenau possui um AG e algumas alguns postos, conhecidos como Estratégia Saúde da Família (ESF). No caso do Badenfurt, além do AG citado na reportagem, existem nos arredores e bairros vizinhos outras cinco unidades de saúde, sendo quatro na Itoupavazinha e um no Salto do Norte.
Em relação a estrutura física, segundo a Semus, o espaço será ampliado e terá a instalação de banheiros acessíveis. Além disso, a prefeitura informa que já possui um terreno para a construção de um novo AG na região, com projeto pronto e expectativa de abertura de licitação em breve. Confira a nota na íntegra:
A reforma da unidade do AG do Badenfurt, que prevê a ampliação do espaço físico para a instalação de sanitários acessíveis, será realizada por meio de um convênio com o governo do Estado, por meio de emenda parlamentar. A Semus está aguardando a assinatura do convênio (para a liberação de recurso financeiro), para então ter a elaboração de documentação técnica e processo licitatório para contratar a empresa para execução.
Concomitantemente há um projeto para a construção de um novo Ambulatório na região. A prefeitura já tem um terreno para receber a nova unidade. Na semana passada foi finalizado o termo de referência para a contratação de projetos executivos. Após essa etapa, será feito o processo licitatório para a contratação de empresa que irá elaborar os projetos e toda a documentação técnica, inclusive o orçamento e cronograma.
Na rua Henrich Hemmer, por exemplo, uma situação vem sendo alvo de preocupação dos moradores e comerciantes. A rua é alvo frequente de furtos e crimes, trazendo à tona aquela sensação de insegurança.
Por isso, os moradores montaram um grupo de whatsapp para tentar implementar, juntamente com a Polícia Militar, a Rede de Vizinhos. Entretanto, por conta grandeza da rua, não chegaram aos 75% de moradores da via interessados em participar, o que inviabilizou o processo.
Também envolvido nesses trâmites, o presidente da Amaba lamenta a dificuldade em conseguir viabilizar o projeto na rua.
“É complicado, já tentamos dividir no meio, para fazer apenas aquela parte mais preocupada aderir, mas mesmo assim não conseguimos. É ruim porque é difícil ver viaturas passando por aqui, falta aquela sensação de segurança”, destacou Severino.
O Tenente da Polícia Militar de Blumenau, Nícolas Vasconcelos, contou que a situação de não ter o número de adeptos necessários para a implementação do programa não é algo atípico.
“Em situações de ruas grandes acabamos dividindo em blocos, mas mesmo assim cada bloco precisa ter 75% de interesse e participação dos moradores. Eles precisam participar, se não o programa não dá resultado e começam a desacreditar nele, não dá pra fazer em qualquer lugar”, destacou Vasconcelos.
A orientação da PM, é que a comunidade consiga se organizar melhor para ter os requisitos mínimos para a implementação do programa.