Pessoas que agrediram moradores de rua após caso de estupro em Blumenau serão investigadas

Investigação aponta que eles eram inocentes; autor já está preso e confessou crime

O delegado Felipe Orsi, titular da Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami), confirmou que as pessoas que agrediram dois moradores de rua após o caso de estupro que ocorreu em Blumenau serão investigadas.

De acordo com as informações relatadas pela polícia, nenhum dos dois estava envolvido com o crime, e são, portanto, inocentes. Tudo indica que o autor foi um homem de 21 anos, já preso, e que tinha trabalho formal – foi o seu patrão, inclusive, que contribuiu com as investigações.

Orsi, contudo, explicou que este caso não será conduzido pela Dpcami, e sim por outra delegacia, em uma investigação paralela. Ele afirmou ainda que, uma vez confirmada a inocência, os autores deverão responder pelo crime de agressão.

Moradores de rua esfaqueados

Após descobrirem que a jovem havia sido estuprada, algumas testemunhas iniciaram buscas na região. Dois homens em situação de rua foram esfaqueados por eles. Porém, a vítima afirma que eles não estavam envolvidos no crime.

O Samu foi acionado para socorrer a mulher e os dois homens. Todos foram hospitalizados.

O crime

A Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, 28, para detalhar as investigações do crime de estupro em plena luz no dia, que aconteceu em Blumenau na última segunda-feira, 25.

O autor do crime é um homem de 21 anos, com 1,65 m de altura e franzino. Ele foi indiciado pelo crime de estupro e tentativa de homicídio. De acordo com a polícia, a vítima reconheceu “sem sobra de dúvidas”, que ele era o culpado.

Ainda, conforme a Polícia Civil, ele só não matou a mulher pois era muito franzino. No entanto, além de ter sido estuprada, ela quebrou o nariz e teve ferimentos nas mãos e na cabeça. O homem já tinha um boletim de ocorrência de 2019 por lesão corporal, em uma briga com o padrasto.

Na ocasião, a vítima de 25 anos transitava por uma escadaria ao lado do túnel da Ponte de Ferro quando o homem passou por ela e fez menção de cumprimentar. Depois, ele retornou, se aproximou e deu um “mata-leão” nela. A vítima estava indo trabalhar quando foi agredida.

Ela tentou reagir e gritar, mas foi perdendo a voz e a consciência. O autor a levou para um matagal na rua Rudolfo Augusto Kucker, onde novamente tentou pedir socorro e lutar contra ele. Porém, o agressor usou uma pedra grande para desferir sete golpes na cabeça.

Por uma intuição e coragem da vítima, ela botou as mãos na cabeça, pra se proteger dos golpes de pedra. Com isso, teve ferimentos nas mãos. A pedra não foi encontrada pela PC.

Após estar imobilizada e ferida, ela foi estuprada. O crime durou cerca de 30 minutos. Posteriormente, começaram a passar pessoas ao lado da escadaria e ele ouviu algumas vozes, se preocupou e saiu correndo.

Conforme a Polícia Civil, o autor só não matou a vítima porque não tinha muita força física.

Ferimentos

Depois de ter perdido de novo a consciência, a vítima teve forças para levantar e pedir ajuda. Ela foi socorrida por vizinhos, que acionaram a polícia. Posteriormente, foi levada ao hospital e fez diversos exames, principalmente na cabeça.

Além de ter apresentado ferimentos nas mãos, a vítima também quebrou o nariz. Na terça-feira, 27, ela foi liberada do hospital, mais ainda terá um bom tempo de acompanhamento médico por conta das lesões.

Investigações

O crime não teve testemunhas, porém, a Polícia Civil conseguiu investigar e traçar a rota que o estuprador fez ao sair do local. Após o crime, ele foi até um edifício, que era do patrão dele. O individuo chegou sujo e com arranhões nos braços. Com a notícia de um estupro na região, o patrão chegou a desconfiar dele, mas acreditava que não. Mesmo assim, ajudou na investigação.

Durante a semana, foram realizadas perícias e buscas. A vítima confirmou “sem sombra de dúvidas” que ele era o individuo. Então, ele foi capturado e preso em flagrante. O criminoso colaborou com a polícia e apresentou a calça ainda suja que usou. 

A vítima ainda está muito debilitada, portanto, não foi até a delegacia, mas fez reconhecimento audiovisual. No interrogatório, ele confirmou ser o autor, disse que estava na escadaria e aplicou o mata-leão, mas o restante dos fatos diz não se lembrar. 

Vítima aleatória

Segundo a Polícia Civil, a escolha da vítima pelo criminoso foi aleatória. No dia, ela fez intervalo em horário diferente e estava ali quando o autor decidiu praticar o crime. A Polícia Civil se colocou à disposição através da psicóloga policial, para prestar auxílio para ela.


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