As diferenças entre Bruno Cunha (Cidadania) e o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) não são novidades dessa legislatura. Os dois tiveram alguns embates na gestão passada, quando na época Bruno chegou a liderar o quarteto que fazia oposição ao governo municipal, que incluía também Adriano Pereira (PT), Ito de Souza (PL) e Gilson de Souza (Patriota).

Porém, nesses primeiros meses de nova composição da Câmara, essas diferenças parecem estar aumentando. No início do ano, numa iniciativa de Bruno e outros vereadores, ficou proibido que projetos que venham do executivo possam ser aprovados em menos de 24 horas – as chamadas matérias urgentes urgentíssimas.

Mais a frente, propostas de autoria do vereador Bruno começaram a ter posições contrárias do município ou da base governista. As de maior destaque foram o arquivamento da matéria que previa isenção de IPTU de imóveis sustentáveis na cidade, e o veto ao projeto das multas para quem faltar a vacinação contra Covid-19.

Na sessão desta terça-feira, 18, a situação ficou mais explícita. O vereador Bruno Cunha (Cidadania) fez um longo desabafo em relação a alguns posicionamentos do prefeito Mário Hildebrandt (Podemos).

Bruno afirmou que a administração municipal “desrespeita a Câmara e é arrogante com os vereadores”. Ele comentou que foi surpreendido pelo veto ao seu projeto, pois pediu diversas vezes para conversar com o governo, mas isso não aconteceu.

“Vou começar a pedir a gentileza dos vereadores da base do governo para serem coautores dos meus projetos, porque é a única chance de algum projeto meu passar nessa cidade”, ironizou.

Bruno ainda afirmou que no caso específico do projeto de multa, a ideia surgiu de uma publicação do próprio prefeito Mário nas redes sociais. Explicou que a proposta foi aprovada por 10 votos, inclusive dos vereadores considerados da base governista, mas que ao chegar no executivo, foi vetada.

O líder do governo na Câmara, Marcelo Lanzarin (Podemos), respondeu Bruno e defendeu o veto. Ele disse que a proposta naquela oportunidade era justificada, devido ao alto número de faltantes na vacinação. Porém, que atualmente a cidade vive um outro cenário.

“Hoje nós praticamente não temos mais pessoas faltando, significativamente, e nosso agendamento permanece aberto o tempo inteiro. Portanto, tecnicamente, por questões de vigilância também, houve encaminhamento do veto”.

Em resposta, Bruno apontou que a justificativa apresentada pelo município, na realidade, foi não ter um sistema que possa garantir que quem marcou é o mesmo que faltou a vacinação.

“Se a prefeitura não tem qualificação técnica para resolver um problema de sistema, não tem qualificação técnica para estar lá”.


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