A Câmara de Blumenau terá duas CPIs em andamento ao mesmo tempo. Isso porque deve ser instaurada em breve uma nova comissão para investigar possíveis irregularidades na Casa São Simeão. Atualmente, uma CPI já investiga o contrato do transporte coletivo de Blumenau com a Blumob.
Nesta sexta-feira, 29, o vereador e autor do requerimento, Almir Vieira (PP), confirmou à coluna Poder Blumenau que a Procuradoria da Câmara deu parecer favorável ao início das investigações. Conforme rito, cabe agora ao presidente Egídio Beckauser (Republicanos) elaborar a Resolução da Mesa Diretora, para na sequência instaurá-la oficialmente.
Quando solicitado, o requerimento recebeu sete assinaturas: Almir; Adriano Pereira (PT), Cristiane Loureiro (Podemos), Gilson de Souza (Patriota), Marcelo Lanzarin (Podemos), Maurício Goll (PSDB) e Silmara Miguel (PSD).
Denúncias de corrupção e maus tratos
Almir conta que fez o requerimento após inúmeras denúncias que recebeu em relação a possíveis atos e corrupção e maus tratos aos idosos na casa de repouso.
“Não podemos provar nada agora. Mas há suspeitas dessas irregularidades financeiras, de corrupção. É algo que eu acompanho desde a antiga legislatura e agora tive oportunidade de buscar essas investigações, que só podem ser feitas por nós com a CPI”, destacou Almir à coluna.
Em novembro de 2019, uma reportagem do jornal O Município Blumenau relatou às denúncias levadas ao vereador em relação à entidade. Na época, o presidente da Casa São Simeão, Alexandre Barbosa Tonin negou todas as citações do vereador e condenou a maneira como Vieira divulgou essa situação sem ao menos procurar a entidade.
“Ele como vereador deveria ter ao menos visitado a casa, investigado de verdade antes de falar daquela maneira. Aliás, as portas da Casa São Simeão estão abertas caso ele queira realizar com uma equipe financeira uma auditoria”, disse Tonin àquela reportagem.
Atualmente, a Casa São Simeão tem cerca de 76 idosos, sendo 54 por convênio da Prefeitura de Blumenau. Os problemas denunciados citam possíveis desvios que teriam ocorrido durante obras mal feitas ou incompletas e na prestação de contas da antiga gestão.
Além dos possíveis problemas financeiros, há suspeita também que os idosos tenham sofrido maus tratos na instituição. Nenhuma denúncia foi feita à polícia ou Ministério Público.
Tentei contato com o ex-presidente da Casa São Simeão, Alexandre Tonin, porém, não consegui até a publicação da coluna.