A federação Psol e Rede está indecisa em relação a permanecer ou não no grupo de partidos de esquerda criado em 2021 para a disputa da eleição deste ano. À coluna, o presidente do Psol em SC, Mário Dutra, afirmou que ainda restam algumas lacunas que precisam ser preenchidas antes da tomada de decisão que o partido terá no sábado, 30, data da convenção estadual.
O imbróglio entre Psol e a frente ocorre há alguns meses. O partido colocou, desde sempre, a indicação do vereador Afrânio Boppré ao Senado, mas viu nos últimos dias Dário Berger (PSB) ser o escolhido para disputar o cargo. Esse nome, aliás, era um dos rejeitados pelo Psol, que já havia destacado a possibilidade de sair da frente por este motivo.
Vale lembrar também que uma ala do Psol chegou a cogitar o lançamento da candidatura da blumenauense Geórgia Faust ao governo do estado, devido a proximidade de nomes que eram ligados a Jair Bolsonaro (PL) em 2018, fazerem parte de candidaturas majoritárias pelo grupo de esquerda.
“A gente precisa entender se existe a possibilidade de ter dois candidatos ao Senado, se as decisões unilaterais do PT e PSB são uma forma de expulsão do Psol da frente, entre outras várias situações que precisam de conversa. Mas a frente não se reuniu mais. Por isso não dá pra ter a definição agora. A nossa intenção sempre foi a união dos partidos”, afirmou Mário à coluna.
O PT, principal partido da frente, realizou a convenção estadual na segunda-feira, 25, e homologou a candidatura de Décio Lima ao governo do estado. Na mesma noite, com apoio de outros partidos da frente (PSB, PSB, PCdoB, PV e Solidariedade) bateram o martelo sobre a candidatura de Dário Berger ao Senado. Entretanto, deixaram em aberto a vaga para vice ao estado.
O PDT, de bate-pronto, já anunciou oficialmente a saída do grupo e está trabalhando para um possível lançamento de candidatura ao governo do estado e ao Senado. Os nomes de Jorge Boeira e Fernando Coruja são os mais fortes atualmente dentro do partido, mas os escolhidos devem ser anunciados apenas no sábado, também durante a convenção estadual.
Caso o PDT confirme a candidatura ao estado, e caso o Psol oficialize a saída do grupo – lançando também um candidato a disputa do governo – Santa Catarina poderá ter três candidatos “de esquerda” na eleição em outubro. Ou seja, algo bem diferente dos planos da frente de esquerda, que queria a união em prol de apenas um candidato contra o bolsonarismo no estado.