Desde o ano passado se fala numa união dos partidos de esquerda em Santa Catarina para a disputa das eleições em 2022. Situação, aliás, que foi considerada uma estratégia articulada pelo ex-presidente Lula em encontros com o principal nome do Partido dos Trabalhadores em Santa Catarina, Décio Lima. 

Diante disso se formou a chamada “Frente de Esquerda” catarinense, fazendo uma aliança entre PT, PSOL, PDT, PCdoB, PSB, PV, Solidariedade e Rede, buscando uma única candidatura, que deve ser do próprio Décio. Entretanto, chegando próximo do período eleitoral realmente iniciar há possibilidade de rupturas.

Internamente no PSOL de SC, há uma discussão entre dois grupos que estão discordando: um apoia a união, enquanto outro quer lançar uma candidatura própria ao governo do estado. O nome definido pelo grupo que tenta a independência é blumenauense: a ex-candidata a prefeita em Blumenau, Geórgia Faust.

Vale destacar que vários membros do PSOL catarinense já criticaram publicamente algumas alianças feitas pelo PT até o momento nessa “pré-campanha”. Candidato do partido ao governo em 2018, Leonel Camasão foi um dos que demonstrou descontentamento com a aproximação de Jorge Boeira (PDT). Naquela oportunidade, Décio Lima respondeu aos críticos dizendo que era o momento de deixar o passado para trás”.

Entretanto, outras alianças foram surgindo, como Gelson Merísio e Dário Berger, nomes que assim como Boeira apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. Alguns deles, aliás, até ligaram seus nomes ao presidente Jair Bolsonaro em 2018.

“Não há no PSOL quem defenda a aliança com esse centrão catarinense. Há a defesa com os partidos de esquerda, mas essa aproximação da frente com alguns nomes que defenderam o golpe contra a Dilma não é aceita pelo PSOL como um todo”, afirmou uma fonte ligada ao partido.

Como ainda é uma discussão interna, não há definição se o PSOL permanecerá na chamada “Frente de Esquerda” ou irá mesmo lançar candidatura própria. A decisão deve ocorrer no dia 7 de maio, durante a conferência eleitoral do partido.

Conversei com Geórgia, um dos pilares desse movimento de candidatura própria. Segundo ela, o grupo está seguindo a tradição do PSOL, “que historicamente sempre colocou candidatura própria e sempre se diferenciou do PT por não aceitar uma política de conciliação de classes, que entendemos nunca ter “dado certo”.


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