Polícia Civil investiga autores de distribuição de panfletos homofóbicos em Blumenau

Policial militar também foi denunciado

Após a ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade ser alvo de homofobia através de panfletos, no Parque Ramiro Ruediger, no último sábado, 15, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar quem foi o autor da ação.

Segundo as informações da ONG, a investigação irá localizar imagens de câmeras de segurança do parque e de comércios nas imediações, referentes à manhã de sábado, quando testemunhas relataram terem visto um casal colocando nos canteiros do parque o material.

O policial militar que a ONG afirmou ter ameaçado o grupo foi denunciado à Corregedoria do 10º Batalhão de Blumenau para abertura de procedimento administrativo e criminal que será encaminhado ao Ministério Público.

Denúncia nacional 

A presidente do Instituto Mães do Amor reuniu-se com a presidente do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIAP+ em Brasília, Janaina Barbosa de Oliveira. Segundo as informações, na oportunidade, foram relatados em detalhes os fatos relacionados aos folhetos criminosos e apócrifos homofóbicos. Também foram listados casos sucessivos de violência institucional por parte do Município de Blumenau contra a diversidade e a ONG.

ONGs de mães de diversos estados farão uma reunião na próxima segunda-feira, 24, para encaminhar ações conjuntas em defesa institucional dos filhos. A ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos também foi acionada na quarta-feira, 19, e receberá um dossiê com todas as denúncias que serão apuradas ao nível estratégico através de diversos ministérios governamentais.

Relembre o caso 

A ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade realizou o piquenique “O Amor Vence a LGBTfobia” na tarde de sábado, 15, mas antes do encontro acontecer ele foi alvo de homofobia, afirmam as idealizadoras do projeto.

Segundo relatos da Advogada Rosane Martins, uma das idealizadoras da ONG, ao chegar no parque, foram encontrados diversos panfletos atacando o público LGBTQIAPN+, dizendo que eles não eram aceitos por Deus e Jesus e os chamando de “filhes do diabo”.

Além disso, Rosane também afirma que ao informar a Polícia Militar sobre o ocorrido, eles não souberam o que fazer e que um policial as desacatou e falou que iria enquadrá-las pelo crime de intolerância religiosa. Lembrando que a homofobia é enquadrada no crime de racismo.

Rosane criticou a decisão do policial e disse que elas não foram intolerantes religiosas. A ONG tinha apenas uma faixa escrita “Jesus é Amor” no local. Vale ressaltar também que o piquenique teve uma roda de conversa para falar sobre o acolhimento da população LGBT no cristianismo.

Outro caso relatado pela ONG foi que, em certo momento, um guarda do Parque Ramiro Ruediger informou que o Presidente da Vila Germânica, Marcelo Greuel, pediu para que o piquenique não acontecesse.

Em nota, a Prefeitura de Blumenau comentou que qualquer evento precisa de autorização para eventos realizados em locais públicos, exigindo especialmente para eventos com materiais de divulgação. Ainda de acordo com a prefeitura, o piquenique não obteve essa autorização.

Além disso, a administração do parque solicitou que a faixa fosse retirada, devido à falta de autorização. Os panfletos homofóbicos também foram retirados. A prefeitura enfatizou que não proibiu o evento em questão, apenas orientou sobre a necessidade de autorização para o uso de materiais de divulgação.

Entenda o caso completo: “Filhes do diabo”: ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade relata homofobia no Parque Ramiro Ruediger, em Blumenau;

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