Como a alimentação ocidental está afetando as escolhas alimentares globais?
Por Saúde à Mesa- 09/03/2021
- 16:17
É fato que com o passar do tempo nós temos visto um aumento de redes fast food em todo o mundo. Agora você consegue ir para China e comer hambúrguer. O mesmo que você come lá nos Estados Unidos, na Alemanha e no Brasil. Mas qual o problema disso? O problema é que os países vão perdendo a sua identidade e a sua cultura alimentar, e isso é muito sério.
Os criadores das primeiras redes de fast food descansam em paz, sabendo que seu objetivo de serem globais foi atingido. Mas qual o sentido de você ir visitar um país e não conhecer a cultura alimentar deles? Ou de estar no seu próprio país e preferir um hambúrguer com batatas fritas a um prato de arroz e feijão? Estamos perdendo valores culturais (e nutritivos) em troca de bombas calóricas, não saudáveis e que nada tem a ver com a nossa história.
Nós moramos em um país tropical, um dos países com maior diversidade alimentar do mundo. Com inúmeras variedades de frutas, tubérculos, verduras e afins. E garanto que você não saberia reconhecer nem metade deles. Mal e mal come algo além do arroz, macarrão e batata. Claro que a culpa disso não é sua, afinal vivemos com um sistema de produção que prefere quantidade à variedade. Mas isso é assunto para outro momento.
Com os EUA sendo uma das maiores potências mundiais, símbolo da economia, é óbvio que outros países iriam querer “copiar”. Afinal, o que eles fazem parece dar certo né? Será? Com metade da população total com sobrepeso, e um padrão alimentar extremamente calórico e nada saudável, eles são atualmente uma péssima influencia alimentar para o resto do mundo. Mas não deixam de influenciar mesmo assim.
É engraçado ouvir pessoas falando “ah, mas na época dos meus avós não havia tanta obesidade e doenças crônicas”, e bom, isso é bem obvio né? Ou você realmente acreditou quando te falaram que o prato de arroz e feijão engorda e o shake emagrecedor emagrece? Basta olhar para o que os seus avós comiam. Comida que eles mesmos preparavam em casa. Não tinha isso de sushi uma vez na semana, sábado da pizza e bar com os amigos na sexta feira.
Eu sei que parece um pouco chato e um tanto clichê eu falar “retorne para as suas raízes”, mas nesse caso eu acho que a gente realmente precisa. Olhar para a nossa riqueza de solo e de alimentos, de cultura, de regionalidade e explorar ao máximo o que o nosso país tem a nos oferecer.
Vanessa Souza
Nutricionista
CRN10 7320