Na manhã de segunda-feira, 13, o senador Esperidião Amin (PP) participou de uma reunião interativa com o Ministro Interino da Saúde, Eduardo Pazuello, com o Secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, Secretário de Atenção Especializada em Saúde (SAES), Luiz Otávio Franco Duarte, e parlamentares catarinenses representando o Fórum Parlamentar, para tratar da situação da pandemia em Santa Catarina.

Amin voltou a cobrar o governo federal sobre o kit anestésico de entubação, usados em pacientes graves de Covid-19 que precisam de respiradores. No dia 4 de julho, na visita do presidente Jair Bolsonaro ao estado, Amin fez o pedido pessoalmente ao presidente para que esses kits fossem enviados para o estado, tendo inclusive em mãos, naquele dia, um ofício da Secretaria de Saúde do Estado, datado de 8 de junho, que havia sido enviado ao CONAS informando a necessidade desses kits.

“Estou perplexo e indignado em participar de uma reunião em que não existe uma data para que Santa Catarina receba os kits anestésicos. O ato de compra tem que ser feito pelo Governo Federal e não pode ser cobrado da Secretaria da Saúde neste momento. A compra é internacional, não é a Anvisa que irá comprar por nós. É o Governo Federal que precisa ter a logística que não teve com os respiradores, provocando esta plêiade de CPIs; não estou falando em defesa dos facilitadores, mas isto é responsabilidade anunciada pelo Governo Federal”, finalizou.

Amin vai pedir uma nova audiência na Comissão Mista do Senado que acompanha a Covid-19, que será realizada nesta terça, 14, com representantes do Ministério da Saúde, para que se explique a logística adotada pelo Governo Federal para o envio desses kits anestésicos.

“Eu nasci no dia de São Tomé e só acredito que está havendo seriedade nesse diálogo se for respondida a pergunta que eu fiz até para o Presidente da República: quando é que Santa Catarina vai receber os kits anestésicos?”

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O secretário de Saúde de Santa Catarina, André Motta, também alertou para a falta dos medicamentos necessários para entubação de pacientes nas UTIs. “Nos hospitais que nós temos, alguns são geridos por Organizações Sociais, outros são filantrópicos e, desses, apenas 13 são hospitais próprios. Então, quando a gente fala que a secretaria do estado não tem estoque zerado, é porque nós estamos com estoque mínimo para os próprios”, relatou.

Ducha de água fria na CPI

Na noite dessa segunda-feira, 13, mais um envolvido na compra turbulenta dos 200 respiradores pelo governo do estado foi solto, e desta vez foi o médico e empresário Fábio Guaste, dono da Veigamed, que teve seu pedido de habeas corpus aceito pela justiça e saiu da cadeia direto para casa.

Douglas Borba, ex-chefe da Casa Civil, e o, advogado Leandro Barros já tinham conseguido do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no último dia 7, o alvará de soltura para esperarem o término das investigações em liberdade.

Com isso, membros da CPI dos Respiradores da Assembleia Legislativa do Estado ficaram indignados e esperam que os envolvidos sejam realmente punidos. Os membros da CPI tem até o fim de junho para terminarem o relatório de tudo que viram e ouviram durante os últimos dois meses na CPI.

Os deputados estaduais ainda aguardam as respostas do questionamento enviado ao governador Carlos Moisés para, aí sim, ver se chamam mais testemunhas para serem ouvidas ou se encerram os trabalhos com o que já foi colhido.

O fato é que essa CPI não deve trazer nada de novo do que a justiça de Santa Catarina e a polícia civil já averiguaram desde a divulgação da compra. É mais provável que venha algo mais rigoroso da justiça federal do que propriamente da CPI dos Respiradores, que acabou se transformando mais num palanque do que numa investigação propriamente dita.


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