João Paulo Kleinübing (DEM) assumiu o cargo de prefeito de Blumenau pela primeira vez no ano de 2005 e escolheu para a Secretaria de Assistência Social, da Criança e do Adolescente o funcionário do Cerene (Centro de Recuperação Nova Esperança), Mário Hildebrandt, e ambos trabalharam juntos durante os oito anos em que Kleinübing ficou a frente do comando da cidade.

Em 2009 Hildebrandt se elegeu vereador de Blumenau pela primeira vez e em 2012 conseguiu a reeleição, cargo que ocupou até o ano de 2016, quando foi convidado pelo então prefeito Napoleão Bernardes (na época no PSDB) para ser seu vice-prefeito na chapa vencedora das eleições daquele ano.

Em 2018 o prefeito Napoleão deixou o cargo para concorrer às eleições estaduais e Mário Hildebrandt assumiu definitivamente a Prefeitura de Blumenau e, depois de oito anos, encontra novamente João Paulo Kleinübing, agora em lados opostos, na disputa do cargo onde tudo começou.

O resultado das urnas nesse primeiro turno de 2020 colocou “criador”, no caso JPK, e “criatura”, Mário Hildebrandt, numa disputa aparentemente desigual, pois Mário conseguiu 68.222 votos (42,53%) e João Paulo obteve 24.957 votos (15,56%), que dá uma aparente vantagem para o atual prefeito que fez uma campanha mais sólida e sem muitos percalços.

Nesse segundo turno, se Kleinübing quiser ter alguma chance contra Hildebrandt, terá que mudar a estratégia e conseguir, nas entrevistas e principalmente nos debates, um confronto mais direto que faça Mário ter algum tipo de desconforto, caso contrário essa é uma fatura quase que liquidada.

Nessa fase da eleição a coisa não começa zerada, como se tem a impressão, e ambos terão que trabalhar muito nas duas próximas semanas para ampliarem a quantidades de votos que receberam nesse primeiro turno e muito provavelmente a primeira ação de ambos será procurar os dez candidatos que ficaram de fora do pleito para tentarem obter os apoios necessários que lhes dêem mais robustez nessa fase final da eleição.

Câmara de Vereadores

O legislativo blumenauense teve uma mudança de quase 50% dos 15 vereadores que hoje ocupam uma cadeira na Câmara e essa porcentagem pode aumentar caso o candidato Guto Reinert (Podemos) consiga validar seus votos no recurso que corre no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.

Se Guto ganhar essa causa, ele entra na vaga que hoje está nas mãos do vereador Marcelo Lanzarin (Podemos), que obteve menos votos que Guto Reinert e, como o partido Podemos só conseguiu duas vagas para a legislatura do ano que vem, Lanzarian passaria a ser suplente.

A partir de 2021 a duas maiores bancadas da casa estão com o partido Novo e com o Podemos, com dois vereadores cada. Com isso, 13 legendas diferentes terão voz na cidade a partir do próximo ano, obrigando o prefeito a ter muita habilidade na negociação da votação de projetos importantes para a cidade.

Se João Paulo Kleinubing vencer as eleições, ele começa a trabalhar com apenas 3 vereadores na base, sendo obrigado a buscar, pelo menos, mais 5 para ter maioria simples. Se Mário Hildebrandt se reeleger, começa 2021 com cinco vereadores na base e pode ter alguma dificuldade para governar, pois já tem a antipatia de alguns nomes que permaneceram.

O fato novo na casa é que a partir do ano que vem a Câmara de Vereadores de Blumenau contará com duas mulheres, Cristiane Loureiro (Podemos) e Silmara Silva Miguel (PSD), que se elegeram com mais cinco novos nomes, onde se espera que haja uma maior pluralidade de idéias e mais liberdade nas votações, sem bancadas fechadas de situação e oposição ao governo.


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