O evento mais importante de quarta-feira, 16, para o prefeito Mário, a vice Maria Regina e os 15 vereadores eleitos no pleito municipal deste ano era a diplomação no plenário do legislativo blumenauense.
Mas na verdade o dia de ontem já começou com uma reunião entre o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), e os vereadores da situação Cristiane Loureiro (Podemos), Marcelo Lanzarin (Podemos), Maurício Goll (PSDB), Alexandre Matias (PSDB), Jovino Cardoso (Solidariedade) e Egidio Beckhauser (Republicanos).
Também participaram do encontro o vereador Marcos da Rosa (DEM) e a vereadora Silmara Silva Miguel (PSD), mesmo os seus partidos tendo apoiado o candidato João Paulo Kleinübing (DEM) nas eleições de 2020.
O assunto em pauta era a ocupação de espaço na mesa diretora da Câmara de Vereadores e a própria presidência da Câmara nos próximos dois anos, pois a prefeitura não cogita ver a oposição comandando os trabalhos no legislativo sob o perigo de ver projetos importantes sendo protelados por conta do jogo político que deve afetar a conjuntura local em virtude até das eleições de 2022.
O fato de a prefeitura ter do seu lado oito vereadores poderia ser um facilitador para ocupar as quatro cadeiras da mesa, mas a coisa não é tão simples assim. São quatro vagas e, pela lógica, o nome de Alexandre Matias seria a bola da vez para a presidência, mas Marcelo Lanzarin, Marcos da Rosa e Jovino Cardoso Neto também estão interessados na vaga, e aí o prefeito vai precisar de muita barganha para contentar a todos.
Sem falar na vereadora Silmara Miguel, que mesmo sendo iniciante no cargo de vereadora, já tem a experiência no legislativo por ter sido assessora de Marcos da Rosa nos últimos quatro anos, e também quer fazer parte da mesa.
No lado da oposição, o nome do professor Gilson (Patriota) aparece como consenso entre os vereadores Bruno Cunha (Cidadania), Ito de Souza (PL), Adriano Pereira (PT), Alemão da Alumetal (PSL) e Emmanuel dos Santos (Novo), o que já garante seis votos de um total de 15.
A incógnita está em saber para qual lado o vereador Almir Vieira, do PP, seguiria, pois nos dois últimos anos ele esteve com o prefeito Mário, mas a eleição colocou o PP junto com a oposição. Assim como Marcos da Rosa, que independe da decisão do partido para definir o seu rumo, Almir Vieira também deve continuar com o governo, pois vereador também precisa ocupar espaço e isso só a administração municipal é capaz de proporcionar.
O fato é que Mário Hildebrandt, mesmo tendo os votos necessários para eleger o presidente, não pretende correr o risco de perder o comando da casa por conta da falta de entendimento dentro do seu grupo. Então a estratégia é chegar a um acordo também com os demais vereadores, dando a presidência para Gilson de Souza nos dois primeiros anos, mas colocando dois de seus aliados na vice-presidência e na primeira secretaria, deixando a segunda secretaria para outro vereador, que seria indicado pela oposição.
Dessa forma a prefeitura teria membros seus controlando o ímpeto da presidência e acabaria tendo a maioria de votos também no plenário, o que poderia dar um certo controle na votação dos projetos encaminhados pelo executivo municipal. Nada ainda está definido, mas o nome do professor Gilson, hoje, é o que mais agrade por ter se mostrado mais equilibrado, mesmo na oposição, no seu primeiro mandato.
Mas se tratando de Câmara de Vereadores de Blumenau, até o início dos trabalhos, alguém muito provavelmente irá roer a corda e tudo pode ir água abaixo. Então todo o cuidado é pouco e o prefeito Mário deve tocar, junto com André Espezim, toda essa negociação para que nada saia errado na visão da prefeitura.