O eleitor do Vale do Itajaí reconduziu ao cargo os prefeitos que já administravam as cidades, preferindo não arriscar e dando um voto de confiança para que aqueles que venceram as eleições em 2016 continuassem. No primeiro turno Gaspar reelegeu Kleber Wan-Dall (MDB), Indaial continuou com André Moser (PSDB), Timbó terá por mais quatro anos o prefeito Jorge Krueger (PP) e Pomerode escolheu novamente Ércio Kriek (DEM).
Já Brusque elegeu o atual vice-prefeito José Ari Vequi (MDB) porque o prefeito Jonas Paegle (PSB) não quis disputar a reeleição e cidades próximas como Itajaí, que reelegeu Volnei Morastoni (MDB), e Balneário Camboriú, que confirmou por mais quatro anos o prefeito Fabrício Oliveira (Podemos) no cargo, também seguiram o mesmo caminho.
No segundo turno o eleitorado de Blumenau teve o mesmo entendimento e elegeu Mário Hildebrandt (Podemos) por mais quatro anos e com isso podemos perceber que, até por conta de tudo que aconteceu em 2020 e por entenderem que as demais candidaturas não conseguiram mostrar algo novo para o eleitor dessas cidades, os prefeitos foram confirmados nos seus cargos a partir do ano que vem.
Então temos que pensar que com a aprovação de todos esses prefeitos nas urnas, o eleitor não deseja muita mudança no que já vinha acontecendo nas cidades e muito provavelmente é isso que deve ocorrer. Exceto por algumas trocas ou remanejamento em secretarias, os governos têm a obrigação de continuarem com o rumo administrativo que vinha sendo empregado por estes administradores.
Em política tem-se uma máxima que, no primeiro turno o eleitor elege quem ele quer, mas no segundo turno ele não elege quem ele não quer, e foi o que vimos em Blumenau e em Joinville, que fizeram com que João Paulo Kleinübing (DEM) e Darci de Matos (PSD) perdessem a eleição em 2020.
Na eleição de Blumenau, tínhamos duas candidaturas muito parecidas, pois ambos trilharam o mesmo caminho, tendo inclusive trabalhado juntos quando Kleinubing foi prefeito por duas vezes, e praticamente tendo o mesmo conceito de administração.
Em 2020, o que contou em favor de Mário Hildebrandt para que ele chegasse à vitória nesse dia 29 de novembro foi que ele soube mostrar com mais clareza as suas propostas, teve um contato próximo com o blumenauense durante toda a pandemia e politicamente trabalhou melhor que os demais concorrentes, somando-se a isso algumas obras importantes que estão em andamento na cidade.
Hildebrandt seguiu rigorosamente a cartilha de uma candidatura vitoriosa, com um planejamento de mais de dois anos e entregando para o eleitor o que ele esperava de um candidato nessas eleições.
Mas não podemos deixar de lado todo o contingente eleitoral que não compareceu para votar e que votaram em branco ou anularam o seu voto. Esse monte de gente representa quase 30% de toda a população da cidade, o que nos dá um recado que a classe política precisa fazer melhor do que vem fazendo para que esse número volte aos seus patamares normais. Obviamente que a Covid-19 teve relação direta com o aumento desse contingente, mas a grande maioria se mostrou, mesmo com 12 candidaturas, desamparada e sem vontade de escolher um deles para prefeito de Blumenau.
A cara do segundo turno em Blumenau
Uma postagem no Facebook chamou a atenção e mostrou um pouco do que foi a disputa do segundo turno das eleições de 2020 em Blumenau. O atual secretário de Defesa Civil da Prefeitura de Blumenau postou um texto agradecendo os dois candidatos e se dizendo feliz e triste ao mesmo tempo. Leia o que ele escreveu abaixo.
Eleição a Prefeito de Blumenau
Hoje pela primeira vez na minha vida, estou diante de um duplo sentimento de alegria e tristeza. Alegria pela vitória de Mário Hildebrandt. Tristeza por João Paulo Kleinubing. Trabalhei com os dois e pelos dois nutro sentimento de respeito, carinho a apreço.
Ambos possuem qualidades suficientes para bem administrar a nossa cidade. Dois homens com muitas semelhanças e poucas diferenças, hoje, dois mestres. Nenhum gafanhoto imagina e quer enfrentar o seu mestre, como também o mestre não gosta de enfrentar o seu gafanhoto, porque entre eles existe uma linha de afeto, respeito e confiança.
Tanto eu, quanto outros profissionais que com os dois dividiram suas responsabilidades, hoje foi um momento muito difícil. Aos próprios, acredito, tenha sido também muito difícil administrar esse momento. Somente aqueles que com os dois conviveram, conseguem dimensionar esse sentimento.
Enquanto desejo ao prefeito eleito Mário, muita sabedoria, luz e força para bem Administrar Blumenau, desejo ao João Paulo, muita força, e incentivo para continuar a ajudar a nossa cidade e quiçá, daqui a dois anos estejamos juntos para conduzi-lo numa nova caminhada.
Que Deus ilumine e abençoe os dois.
Fraterno abraço, Coronel Carlos Olimpio Menestrina