Tivemos uma grande renovação na Câmara de Vereadores de Blumenau nestas eleições municipais. Jens Mantau (PSDB) e Alexandre Caminha (Solidariedade) preferiram não concorrer para a reeleição e Cesar Cim (PDT), Oldemar Becker (DEM), Sylvio Zimmermann (PSDB) e Zeca Bombeiro (Solidariedade) acabaram não sendo aprovados pelo eleitorado blumenauense.

No lugar destes seis que saíram assumem Cristiane Loureiro (Podemos), que é fisioterapeuta e já foi presidente da Pró-Família na atual gestão; Maurício Goll (PSDB), que tenta uma vaga na Câmara de Vereadores desde 2008 e esteve à frente da Intendência do Garcia por duas vezes; Emmanuel Tuca dos Santos (Novo), que é advogado em Blumenau e era figura próxima de Odair Tramontin nestas eleições; Egidio Beckhauser (Republicanos), que é natural de Armazém (sul do Estado) e veio para Blumenau para jogar no BEC em 1993; Carlos Wagner (PSL) que é empresário e dono da empresa Alumetal e já tinha tentado outras vezes uma cadeira na Câmara e Silmara Silva Miguel (PSD), que era assessora do vereador Marcos da Rosa e concorreu pela primeira vez ao cargo de vereadora.

Mas outros nomes que ficaram como suplentes nas eleições municipais de 2020 também tiveram destaque não só pela votação, mas por se mostrarem capazes de serem novas lideranças dentro dos seus partidos e, quem sabe, terem êxito em 2024.

Diego Nasato (Novo) sentiu por 24 horas o gostinho de ser vereador eleito, mas por conta da validação de mais 297 votos para o PSDB, ele passou a ser suplente deixando a vaga nas mãos do vereador Alexandre Matias (PSDB), pois com a validação desses votos os tucanos acabaram na frente do partido Novo em número total de votos, fato que deu a segunda vaga para os tucanos.

Mas nomes como o do Professor Ramalho (Republicanos), Delegado Marchetti (PSD), José Victor Item (PP), João Paulo Taumaturgo (PL), Giselle Chirolli (Podemos), Fernando Mantau (PSDB), Edson Madeira (Republicanos), Mike Moretti (Novo) e Telmo Duarte Junior (PSL) tiveram bom desempenho e consolidaram seus nomes para futuras eleições.

Os mais jovens como Diego Nasato, João Taumaturgo, Fernando Mantau, Mike Moretti e Telmo Duarte Junior tem muito caminho pela frente e muito provavelmente serão a nova safra de lideranças partidárias que tomarão o lugar de nomes que já estão há anos na política local.

Estas eleições municipais deram um novo frescor para os partidos que souberam aproveitar essas pessoas e deram a elas a chance, a estrutura partidária e condições para que aparecessem no cenário municipal, se desprendendo de vaidades e perdendo o medo de que o partido saisse das mãos das mesmas lideranças, como acontece em legendas que até hoje tem no comando os mesmos de sempre e cada vez mais se afundam na história da política da cidade.

Por que o PSDB assumiu a vaga do Novo?

Muita gente não entendeu porque o vereador Alexandre Matias, do PSDB, foi colocado na vaga de Diego Nasato, do Novo, depois que se encerrou a contagem dos votos em Blumenau.

Bem, antes do dia 15 de novembro o PSDB tinha dois candidatos que não conseguiram registrar suas candidaturas porque a juíza do Tribunal Regional Eleitoral achou inconsistente o registro de filiação deles junto ao partido. Os candidatos são Diogo Carioca, que recebeu 154 votos, e Maria Helena da Saúde, que obteve 143 votos computados.

Esses votos não poderiam ser contados porque essas candidaturas estavam inválidas, mas no dia 14 de novembro o PSDB conseguiu reverter a decisão do TRE e eles acabaram sendo contando na soma de todos os candidatos tucanos nessas eleições, mas essa soma só se deu nessa semana, quando a decisão foi publicada no diário oficial. Com isso, o PSDB passou a ter um total de 12.476 votos e o partido Novo acabou fazendo 12.377 votos, o que colocou a quarta vaga nas mãos dos tucanos.

E porque o partido Novo não teve duas cadeiras na Câmara também? Aí é que a coisa começa a ficar difícil de explicar, mas cada partido tinha que fazer 10.176 votos para garantir pelo menos uma vaga. Chega-se a esse número pegando a quantidade de votos válidos dessa eleição (não se conta as abstenções, votos brancos e nulos e votos sub judice), que foi de 152.647, e divide-se pelo número de vagas na Câmara de Vereadores de Blumenau, que são 15. Os partidos Podemos, PSDB, Novo, PP, DEM, Patriota e Cidadania conseguiram alcançar essa marca e já garantiram uma cadeira cada.

Os outros partidos não atingiram o número mínimo de votos nestas eleições municipais para garantir essa vaga e aí as outras cadeiras são distribuídas através de uma conta muito mais difícil de explicar. Mas a grosso modo, essas cadeiras foram preenchidas por causa de uma média aritmética de votos que cada partido teve e é por causa dessa média que muitos candidatos que fizeram mais votos acabaram perdendo a vaga para candidatos que fizeram menos votos.

Os candidatos que fazem mais votos só levam vantagem quando o partido consegue mais cadeiras através do Quociente Eleitoral, que é aquele número de 10 176 que mostrei acima, fora isso tudo pode acontecer.


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