O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, vai se desfiliar do Partido Social Liberal no próximo mês e deve ficar sem partido até que encontre uma sigla que lhe dê envergadura eleitoral para uma possível reeleição.

Nas tratativas que teve com vários outros partidos, Moisés sempre disse que não tinha interesse de concorrer novamente ao cargo de governador em 2022, mas isso era nos tempos em que não vinha com boa popularidade junto ao eleitor catarinense, não tinha nenhum partido aliado que apoiasse seu governo e apenas três deputados estaduais estavam do seu lado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Depois de novembro do ano passado tudo mudou e Carlos Moisés não só conseguiu se livrar de um processo de impeachment, mas também se aproximou muito de partidos como o MDB, PSD e até o PL, do senador Jorginho Mello, que tem interesse em concorrer ao cargo de Moisés nas próximas eleições estaduais.

Assim como fez o presidente Jair Bolsonaro, que também saiu do PSL e tenta até hoje criar o partido Aliança pelo Brasil para concorrer novamente a presidência, Moisés sai do PSL e vai ficar sem legenda principalmente para ter mais liberdade para conversar com todos os outros partidos sem que haja um constrangimento eleitoral que, segundo pessoas próximas do governador, facilita muito as negociações políticas dentro da Alesc.

A saída do governador do Partido Social Liberal se dá num momento em que o partido já não tem mais a força eleitoral que teve em 2018 e hoje é um partido rachado, tendo de um lado a ala do presidente da sigla e deputado federal, Fábio Schiochet, e de outro uma ala bolsonarista que tem os deputados estaduais Jessé Lopes, Ana Campagnolo e Sargento Lima, a deputada federal Caroline de Toni e o ex-prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, que também não vêem Carlos Moisés com bons olhos.

Dentro do PSL, Moisés tem um pequeno grupo de pessoas que estão com ele no governo mais o deputado estadual Coronel Mocelin, que o defendeu em uma oportunidade numa das votações da Alesc do primeiro processo de impeachment.

Secretários fiéis a Hildebrandt

Em Blumenau também teve secretário municipal saindo do partido para poder continuar no cargo nesse segundo mandato do prefeito Mário Hildebrandt (Podemos). O secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendedorismo, Moris Kohl, e o secretário da Controladoria Geral do Município, Rodrigo Jansen, deixam o Democratas, partido de João Paulo Kleinubing e principal adversário do atual prefeito nas eleições de 2020, para evitarem o desgaste de terem que bater de frente com a executiva municipal.

No fim de 2020 o presidente do DEM, Walfredo Balistieri, divulgou uma carta que dizia que o partido não iria permitir que nenhum filiado fizesse parte do governo de Hildebrandt por entender que, se o eleitor escolheu o prefeito Mário para administrar a cidade de 2021 a 2024, o seu partido deveria ficar numa posição de fiscalizador do governo e não junto à atual administração.

Mas nesse contexto ainda há a situação do secretário da Defesa Civil, Carlos Olímpio Menestrina, que não se desfiliou do DEM e ainda permanece a frente da pasta. Menestrina goza de um prestigio maior que os outros dois nomes dentro do DEM, pois foi um dos nomes fortes de administração do ex-prefeito Vilson Kleinubing, pai de João Paulo, e também esteve com JPK quando ele assumiu a prefeitura de Blumenau nos dois mandatos como prefeito.

Mas ainda assim é uma situação que o Democratas de Blumenau terá que resolver e a solução, segundo pessoas ligadas ao partido, é Menestrina sair do cargo ou Menestrina sair do partido.