A rede municipal de ensino de Blumenau tem pouco mais de 36 mil alunos, mas cerca de 24 mil voltaram às aulas de forma presencial na segunda-feira, 8, aqui na cidade. Esse retorno segue um plano de contingência elaborado pela Secretaria de Educação do município, onde turmas foram divididas em até quatro grupos de estudo para evitar a aglomeração dos alunos no mesmo espaço.
Foram feitas as medições de temperatura, só entra nas escolas quem estiver usando máscara, foi respeitado o distanciamento social e os pais tiveram até que aguardar em filas para que todo o protocolo fosse cumprido.
Em Blumenau, são 124 instituições de ensino e algumas delas estão com vários problemas estruturais por conta de diversos problemas, como na escola Machado de Assis, no bairro Itoupava Seca, que foi atingida, em junho do ano passado, pelo ciclone bomba.
O fenômeno acabou avariando parte do telhado, sistema elétrico, piso e do forro e segundo Adriano da Cunha, que é o Diretor Administrativo da Secretaria de Educação de Blumenau, a licitação para a contratação da empresa que fará a reforma está em fase final e toda essa obra deve levar aproximadamente seis meses para ficar pronta.
Mas 20 professores da creche Osvaldo Deschamps, no bairro Glória, encaminharam uma carta para a secretária de Educação de Blumenau, Patrícia Lueders, com data de 19 de janeiro deste ano, informando todos os problemas que existem naquele educandário, que é um prédio com mais de 40 anos de construção.
A creche tem rachaduras, salas escuras com lâmpadas improvisadas, cabos de eletricidade estão à mostra e emendados com fita isolante, a cozinha tem uma parede de madeira que não tem como colocar o revestimento adequado e o forro está caindo.
Num dos trechos da carta os professores escreveram que “no ambiente interno da unidade todas as salas apresentam algum problema que vão desde o forro, parede e goteiras que são visíveis para todos que visitam a unidade”.
Segundo Evanildes Fidelis, membro da Associação de Pais e Professores, as crianças terão que ficar nas salas de porta aberta porque o teto é de zinco e o ar condicionado não tem capacidade para diminuir o calor.
Segundo a Prefeitura de Blumenau, são feitas manutenções pontuais na unidade porque outro prédio está sendo construído do lado dessa unidade.
No dia 25 de outubro de 2019 a secretária Patrícia anunciou que havia recebido a liberação de R$ 2,17 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e que este educandário estava entre as cinco creches que teriam seu ritmo normal de construção, mas passados 15 meses não foi o que aconteceu.
O fato é que todas as escolas do município estavam sem receber os alunos desde março de 2020. A maioria desses problemas já existia, e a administração municipal não se mexeu para colocar todas essas escolas com problemas em condições de uso.
Dizer que a prefeitura está terminando uma licitação ou construindo uma nova unidade não diminui a responsabilidade de dar a solução para esse tipo de problema, que deveria já estar resolvido por conta do longo tempo que se teve sem que esses educandários estivessem recebendo os alunos.
É por essas e outras situações que a educação no Brasil, e também em Blumenau, está se deteriorando. Se as prefeituras das cidades não fazem o básico, imaginemos o que se deixam de fazer com todo o resto. É nessa hora que a Câmara de Vereadores tem que agir e exigir do município que seja feito tudo antes do início das aulas.
Hoje temos mais uma sessão na Câmara de Vereadores de Blumenau e esperamos que algum legislador tome uma atitude para resolver esses problemas o mais rápido possível, pois estarão nesses educandários crianças que serão obrigadas a passar calor e até que usar estruturas que as colocam em risco de acidentes.
Não vamos esperar para acontecer algo que pode ser evitado e não vamos passar a mão na cabeça de quem já deveria ter feito o seu trabalho e não o fez.
Nesse início de legislatura alguns vereadores estão muito preocupados em aparecer, postando em redes sociais que vão economizar, defendendo projetos mirabolantes, mas ainda não vimos a preocupação com o básico e necessário que impacta no dia a dia da população.