João Paulo Kleinubing (DEM), pré-candidato a prefeito de Blumenau, praticamente anunciou quem será seu vice-prefeito nas eleições deste ano. O empresário Ronaldo Baumgarten (PSD) e JPK farão uma live na noite desta quarta-feira, 19, para debater assuntos pós-pandemia cujo tema ataca diretamente o governador Moisés, e por tabela o deputado estadual Ricardo alba (PSL), e também o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), pois ambos comandaram o abre e fecha do comércio e demais setores na cidade de Blumenau.
O tema que eles vão conversar é “Recuperar os empregos que foram destruídos”, segundo um post publicado por Kleinubing nas suas redes sociais. Isso já dá o tom que a dupla deve abordar na arrancada das eleições nos programas de rádio e TV e mostra também quem serão os alvos principais de JPK e Ronaldinho Baungarten.
Nelson Santiago, que até 2018 ocupava um cargo na diretoria da Celesc no governo de Raimundo Colombo e Eduardo Pinho Moreira, foi quem coordenou as campanhas de João Paulo nos anos de 2004 e 2008 e não deve assumir esse posto em 2020, mas disse sim que “vai ajudar apenas como voluntário palpiteiro”.
Conhecendo Santiago de longa data, imagino eu que muitas das estratégias de campanha da dupla JPK e Ronaldinho venham da experiência e do conhecimento adquirido por ele nas diversas campanhas que já participou.
O fato é que João Paulo saiu da toca e deve ter uma postura mais presente e participativa nas redes sociais do eleitorado blumenauense. Resta saber o que os outros candidatos vão fazem para também começar a serem vistos pelo eleitor, pois o prefeito Mário não pode mais usar as lives da prefeitura e Ivan Naatz (PL) não tem mais a CPI dos respiradores para ficar evidente na mídia. Ricardo Alba ainda tem uma postura discreta para o grande público e a esquerda, que tem Ana Paula Lima (PT), ainda não definiu quem será a cabeça de chapa que vai concorrer ao pleito municipal de 2020.
Os demais pré-candidatos podem surpreender, mas terão que sair do senso comum para desbancar os quatro nomes mais conhecidos dessa eleição em Blumenau.
E o relatório final da CPI?
Bem, como está escrito no Relatório Final da CPI dos Respiradores, que foi apresentado na Assembléia Legislativa de SC na tarde de terça-feira, 18, “a CPI não condena, embora indique os preceitos legais enfrentados por quem nela foi inserido como agente causador/partícipe do dano ao erário. Também colhe informações sobre o objeto investigado, para posteriormente, apresentar dados concretos aos órgãos competentes, para que, assim entendendo, efetive o oferecimento de denúncia formal ou instauração de processo de responsabilidade civil, sendo também um importante instrumento de apoio político/administrativo na instrução de tais procedimentos, caso já exista quando da conclusão dos trabalhos”.
Ou seja, ela não vai condenar, mas pode abrir um novo processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés pelo crime de responsabilidade, caso esse seja o entendimento da Procuradoria Geral da Alesc, para onde foi encaminhada uma cópia para análise e emissão de parecer que pode ou não ser aceito pelo presidente da Assembléia, deputado Júlio Garcia (PSD).
A CPI ouviu, desde o dia 14 de maio, 30 pessoas que participaram direta ou indiretamente da compra dos 200 respiradores. A CPI só não conseguiu ouvir 4 pessoas, entre elas Pedro Nascimento de Araújo, CEO da Veigamed, e Fábio Deambrósio Guasti, representante da Veigamed que foi indicado por Douglas Borba, ex-chefe da Casa Civil, à Márcia Pauli, ex-superintendente da Secretaria de Saúde do Estado.
Dentre as irregularidades apontadas estão à realização de dispensa de licitação com pagamento antecipado, do valor elevado sem a existência de garantia, contratação de empresa suspeita, alteração do produto por outro inferior e inservível para o fim proposto sem redução do valor final do contrato e inexecução contratual, haja vista a ausência de recebimento dos equipamentos.
O Relatório Final foi encaminhado ao Procurador Geral da República, Antônio Augusto Brandão de Aras, a quem cabe deliberar sobre a participação ou não do governador Moisés no processo fraudulento de aquisição dos respiradores, segundo o parecer da CPI, o Procurador Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin (chefe do MPSC), Presidente do Tribunal de Contas do Estado, Adircélio de Moraes Ferreira Junior, Presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Ricardo Roesler, e também o Secretário de Administração do Estado, Jorge Eduardo Tasca.
Além do governador Carlos Moisés da Silva, que foi apontado pela CPI pela prática de crime de responsabilidade, outras 13 pessoas acabaram tendo seus nomes vinculados a delitos praticados ao longo do processo de compra, segundo o relator Ivan Naatz (PL).
Apontados por prática de delitos licitatórios, desvio de finalidade e de verba, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, peculato e constituição de organização criminosa:
Cesar Augusto Martinez Thomaz Braga;
Douglas Borba;
Fábio Deambrósio Guasti;
Helton de Souza Zeferino;
Leandro Adriano de Barros;
Márcia Regina Geremias Pauli;
Pedro Nascimento de Araújo;
Rosemery Neves de Araújo;
Samuel de Brito Rodovalho
Apontados por probidade administrativa e de responsabilidade civil:
André Motta Ribeiro;
Carlos Charlie Campos Maia;
Carlos Roberto Costa Junior;
José Florêncio da Rocha