A política em Santa Catarina parece ter virado de cabeça para baixo. Quem já tem cargo, acha que pode aparecer tomando atitudes que não contribuem em nada para a vida do catarinense, e quem ainda não tem acredita que, se candidatando, vai ganhar notoriedade e lá na frente poderá negociar alguma coisa que o beneficie.
A história dos impeachments contra o governador e a vice-governadora virou piada, pois um governo que foi eleito com mais de 70% dos votos dos catarinenses, seja ele um bom ou um péssimo governador, não pode ser tratado da forma que os deputados estaduais da Assembléia Legislativa de Santa Catarina estão o tratando.
E todo mundo sabe que esse monte de processos de impeachments contra Moisés e Daniela Reinehr são muito mais por conta de manobras políticas do que realmente por causa das ações ilegais do governo. Os processos de investigação no legislativo são soberanos, mas você ter tramitando na Alesc três processos e ainda com as mesmas acusações, e ainda podendo ter mais dois, é afirmar que os deputados querem tirar o governador somente para beneficiar alguém que já está de olho em 2022.
Já localmente, o grande número de candidatos a prefeito em Blumenau escancara a intenção daqueles membros de partidos que só há a intenção da promoção própria, esquecendo que quem decide essa eleição é o eleitor.
Infelizmente esse é o primeiro efeito colateral do famigerado Fundo Eleitoral, onde qualquer “partideco” recebe dinheiro do contribuinte, que paga os impostos, para brincar de ser candidato e se essa candidatura não vingar, o “político” pelo menos teve seus 15 minutos de fama.
Antes, quando os partidos tinham que ter habilidade para negociar com outros partidos e formarem uma chapa forte para administrar a cidade, quando tinham que visitar a classe empresarial para que eles financiassem suas campanhas e quando o político, que se candidatava ao cargo, tinha que realmente ter relevância na cidade, as coisas pareciam mais sensatas.
Tinham erros e negociações escusas por trás de candidaturas? Claro que tinham. Mas hoje virou a casa da mãe Joana, onde partido que não tem condições para disputar eleição é usado como um belo trampolim para lá na frente, negociar ou para apenas receber esse Fundo Eleitoral para ser usado em candidaturas fakes, que todo mundo sabe que não levam nada a lugar nenhum.
Portanto, meus amigos, cuidado com candidatos que há anos tentam chegar a um cargo público apenas com a intenção de ter um bom salário e um gabinete com assessores, mas que muito provavelmente não vão contribuir em nada com o desenvolvimento da cidade.