Na quinta-feira, 3, comemorou-se o dia do Delegado de Polícia em todo o país. Mesmo os delegados da Polícia Civil do estado tendo recebido inúmeras mensagens de agradecimento da população, eles ainda esperam um reconhecimento maior das autoridades catarinenses, no que diz respeito a remuneração e condição de trabalho nas delegacias.
Durante esta semana, logo após o assalto no Banco do Brasil de Criciúma – onde um grupo de bandidos fortemente armados sitiou o Centro daquela cidade – vários políticos fizeram postagens em suas redes sociais mostrando a indignação com o ocorrido e cobrando da polícia uma ação rápida e enérgica.
Essa cobrança acabou não sendo muito bem aceita entre os policiais que, há mais de uma década, cobram destes mesmos políticos condições melhores de trabalho, principalmente na polícia civil do estado.
O delegado Rodrigo Marchetti, de Blumenau, postou na sua rede social que “A resposta deve ser dada, de forma rápida e contundente. A segurança pública deve ser conduzida de maneira mais responsável, barreiras orçamentárias não podem ser colocadas à frente da defesa do cidadão. No que depender de nós, policiais, o estado não vai virar um novo cangaço”.
Já o delegado Egídio Ferrari também já havia feito uma postagem, no dia 2 de dezembro, que mostrava a indignação com o Fundo Eleitoral Partidário. O post diz que “Não há recursos suficiente para segurança pública, saúde e educação. Pelo menos temos o Fundo Eleitoral com bilhões de reais…Oremos pelo Brasil”.
Já o delegado Ronnie Esteves, da comarca de Ascurra, acabou sendo mais contundente, mostrando o descontentamento da classe não só com a desvalorização dos agentes, mas também com as cobranças dos políticos no caso do assalto de Criciúma.
Leia abaixo o texto do Delegado Ronnie Esteves.
“Várias manifestações, de políticos, empresários, da população, da imprensa em geral cobrando uma ação rápida e eficiente dos órgãos de segurança pública na solução do crime ocorrido na cidade de Criciúma/SC, nesta madrugada (se referindo a madrugada do dia 2 de dezembro).
Tenho 17 anos de segurança pública, nunca vi ninguém exigir do governo – sem fazer política, ações efetivas para estruturar as polícias, valorizar seus policiais, melhorar as condições de trabalho, etc. A título de exemplo, o salário dos policiais, além de muito defasado, está congelado até 2021.
Nessas horas, portanto, é que percebemos que somente os órgãos de segurança pública são capazes de proteger a sociedade. Os “heróis” das revistas em quadrinhos, na vida real, são os próprios policiais, em carne e osso”.
