Esta quinta-feira, 17, promete ser um dia agitado e histórico na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, pois às 15h, numa sessão extraordinária, será votada em plenário a admissibilidade do Decreto Legislativo que autoriza o processo de impeachment contra Carlos Moisés e Daniela Reinehr. O governador Carlos Moisés tentou reunir na noite de quarta-feira, 16, alguns deputados estaduais num jantar no hotel Intercity Portofino, localizado na SC 401, no intuito de evitar o afastamento mas a maioria dos convidados não quis se comprometer e a reunião parece não ter acontecido.

Mas as manobras do governador não pararam por aí e, a pedido dele, o presidente estadual do PSL, deputado federal Fábio Schiochet, decretou intervenção no PSL de Chapecó, destituindo o atual presidente, o prefeito Luciano Buligon, e nomeando o empresário Américo Nascimento Junior como novo presidente para que ele feche o acordo de apoio à candidatura do ex-prefeito João Rodrigues (PSD), a pedido do deputado estadual Altair Silva, do PP.

O PP está apoiando Rodrigues e Altair quer levar para a coligação o tempo de TV e o fundo eleitoral do PSL e em troca votaria contra o processo de impeachment que pode tirar o governador do cargo. A deputada federal Caroline de Toni (PSL) publicou um vídeo indignada com a manobra do governador, pois o partido já tinha indicado Vanusa Maggioni como vice de Leonardo Granzotto, do Patriota.

A esfera judicial também fez parte da estratégia do governador para escapar do afastamento. Através do advogado Alisson Bom de Souza, da Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina, o governo tentou barrar todos os processos de impeachment em curso no Brasil até que ficasse definido um rito único. Porém, tanto a Advocacia Geral da União e a Procuradoria do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa do Estado foram unânimes em afirmar que, de forma alguma, os ritos dos processos ofendem o direito fundamental de defesa dos acusados, parecer que foi aceito pela Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal.

Com isso o governador entrou com mais dois mandados de segurança na Justiça catarinense, já protocolados na Alesc, tentando suspender a sessão extraordinária de votação do processo de impeachment desta quinta-feira. O primeiro é contra o presidente Júlio Garcia, que questiona o prazo de 48 horas entre a reunião final da Comissão Especial e a sessão de votação no plenário. O segundo se dá contra o deputado estadual João Amin (PP), questionando a forma como ele conduziu o processo.

E esse processo de afastamento colocou o MDB como o partido mais assediado, mas nitidamente está rachado e ninguém sabe realmente como a bancada deve votar. Ada de Luca e Jerry Comper aproveitaram a noite de quarta-feira para visitar as bases. O deputado Fernando Krelling (MDB) esteve em Joinville e também conseguiu o apoio do PSL, partido do governador, para a sua candidatura à prefeitura da cidade, o que pode ser um sinal do voto de Krelling nesta quinta-feira.

E na última hora, no início na noite de quarta-feira, o deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT), que até defendeu Moisés em algumas sessões, pediu licença do cargo por 60 dias com a justificativa de querer se dedicar inteiramente a candidatura a prefeito de Criciúma. Mas nos bastidores Minotto não quer votar hoje na Assembleia para não se indispor com seu partido, que é favorável ao impeachment, e também para não contrariar Moisés que atendeu alguns pedidos feitos pelo deputado. Com isso, assume no seu lugar o suplente Cesar Valduga, do PCdoB.

Enfim, os que querer o afastamento de Moisés do cargo precisam de 27 votos favoráveis a admissibilidade e Carlos Moisés necessita de 14 votos contra o processo para sepultar o impeachment, mas a gente só vai saber quem trabalhou melhor depois da votação, lá por volta das 16 horas de quinta-feira, 17.

Veja abaixo uma projeção do que pode acontecer na votação da Assembleia Legislativa de SC.

Votos favoráveis ao impeachment

Ada de Luca (MDB)

Ana Campagnolo (PSL)

Coronel Mocelin (PSL)

Fabiano da Luz (PT)

Felipe Estevão (PSL)

Ismael dos Santos (PSD)

Ivan Naatz (PL)

Jessé Lopes (PSL)

João Amin (PP)

Júlio Garcia (PSD)

Kennedy Nunes (PSD)

Luiz Fernando Vampiro (MDB)

Marcius Machado (PL)

Marcos Vieira (PSDB)

Marlene Fengler (PSD)

Maurício Eskudlark (PL)

Milton Hobus (PSD)

Moacir Sopelsa (MDB)

Neodi Saretta (PT)

Nilso Berlanda (PL)

Cesar Valduga (PCdoB)

Sargento Lima (PSL)

Valdir Cobalchini (MDB)

Votos contra o impeachment

Altair Silva (PP)

Fernando Krelling (MDB)

Vicente Caropreso (PSDB)

Jerry Comper (MDB)

Paulinha (PDT)

Sérgio Motta (Republicanos)

Indefinidos

Bruno Souza (Novo)

Jair Miotto (PSC)

José Milton Scheffer (PP)

Laércio Schuster (PSB)

Luciane Carminatti (PT)

Mauro de Nadal (MDB)

Nazareno Martins (PSB)

Padre Pedro Baldissera (PT)

Ricardo Alba (PSL)

Romildo Titon (MDB)

Volnei Weber (MDB)


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