A campanha eleitoral ainda não engrenou em praticamente nenhum município de Santa Catarina, mas muitos políticos conhecidos, principalmente os que estão sem mandato, devem se colocar como opção nas principais cidades do estado.

Como já se sabe, em Blumenau, além do prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), teremos os deputados estaduais Ivan Naatz (PL) e Ricardo Alba (PSL), que detém mandatos, e João Paulo Kleinubing (DEM) e Ana Paula Lima (PT) que já ocuparam cargos importantes, mas estão tentando voltar à cena na política estadual.

Chapecó é outra cidade que teremos o embate entre políticos importantes, como os ex-deputados federais João Rodrigues (PSD) e Claudio Vignatti (PSB) e o deputado federal Pedro Uczai (PT).

Em Joinville o prefeito Udo Döhler (MDB) não poderá mais concorrer, mas já manifestou apoio para o deputado estadual Fernando Krelling, que será o candidato do MDB, deixando seu vice-prefeito Nelson Coelho (Patriota) sozinho na busca de votos dos eleitores mais alinhados com Bolsonaro.

O deputado federal Rodrigo Coelho (PSB), que já foi vice-prefeito de Udo Döhler no primeiro mandato, tenta convencer as lideranças de seu partido para que seja candidato, mas sabe que é quase impossível pela briga que teve quando tenteou sair do PSB para ser candidato por outro partido. O ex-deputado federal Francisco de Assis já foi confirmado como pré-candidato do PT joinvilense, e o deputado federal Darci de Matos (PSD) ainda não confirmou, mas deve ser o nome mais forte das eleições na cidade mais populosa do estado.

Em Florianópolis as coisas começam a esquentar com a decisão do governador Carlos Moisés de interferir nas disputas eleitorais das principais cidades de Santa Catarina. O prefeito Gean Loureiro (DEM) é candidato a reeleição e deve ter Ângela Amin (PP) como principal concorrente.

O vereador Pedro de Assis (PL) é o candidato do senador Jorginho Mello (PL), mas se a aliança com a família Amin se confirmar, ele será o vice de Ângela. O ex-secretário de Comunicação do governo do estado, Gonzalo Pereira, foi lançado como pré-candidato a prefeito do PSL, mas como é pouco conhecido e pode servir de moeda de troca do governador, talvez seja mais provável que venha de vice de algum partido que fechar apoio do governo Moisés, como o MDB ou até o PDT, que pretende lançar a deputada estadual Paulinha na disputa da capital.

Das grandes cidades de Santa Catarina, Criciúma é a cidade que deverá ter o menor número de postulantes. O atual prefeito Clésio Salvaro (PSDB) é hoje o nome mais forte para administrar a cidade a partir de janeiro de 2021. Exceto deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT), que já disse ter interesse em sair candidato em Criciúma, os demais são nomes locais sem muita expressão no estado.

Mas como o MDB ainda é um partido forte na cidade, o médico Aníbal Dário deve ser o nome a ser lançado pela ala do ex-governador Pinho Moreira (MDB) que vai ter o apoio do Democratas que irá indicar o vice.

A particularidade de Brusque

Já a cidade de Brusque tem vivido tempos complicados na política local nos últimos anos desde a cassação do ex-prefeito Paulo Eccel, que deve ser o candidato do PT brusquense para tentar voltar ao cargo. Outro nome que voltou a cena foi o ex-deputado estadual Ciro Roza, que já é o pré-candidato a prefeito do Podemos.

Ele foi candidato a prefeito em 2016, mas por conta de problemas com a justiça, colocou o atual prefeito Jonas Paegle (PSB) no seu lugar na chapa com Ari Vequi (MDB) de vice. Com a vitória de Jonas, Ciro Roza assumiu a chefia de gabinete, mas a justiça determinou seu afastamento da função por entender que ele estaria usando o cargo para interferir diretamente na administração.

Mas Brusque tem Luciano Hang, um nome muito forte que não será candidato, mas tem grande interferência na política nacional e pode definir a vitória de muito candidato se ele achar que casa com tudo aquilo que ele acredita ou se ele entender que o PT possa vencer as eleições na cidade.

Enfim, o que se vê é que a eleição estadual de 2022 passa diretamente pelos grandes feudos municipais e quem abocanhar mais prefeituras, terá mais poder de barganha na composição de uma aliança na corrida do cargo de maior relevância na administração pública de Santa Catarina.

Nomes como o do governador Carlos Moisés (PSL), dos senadores Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP), do ex-deputado estadual Gelson Merísio (PSD), do ex-deputado federal Décio Lima (PT) e dos ex-governadores Raimundo Colombo (PSD) e Eduardo Pinho Moreira (MDB) devem ter muita influência na montagem das candidaturas nas cidades com maior número de eleitores, pois em 2022 cada voto pode fazer a diferença entre a vitória e da derrota.