Manifestações de funcionários comissionados do governo do estado de Santa Catarina vêm, nos últimos dias, chamando a atenção de parte da sociedade catarinense.

Primeiro foram os funcionários de primeiro e segundo escalão do governo que fizeram uma carta, intitulada “Carta aberta aos Catarinenses”, de apoio ao governador Carlos Moisés e se colocando contra o processo de impeachment cuja decisão está nas mãos de um Tribunal Misto, composto por cinco deputados estaduais e cinco desembargadores, que vão decidir se Moisés e Daniela deixam ou não seus cargos nos próximos dias.

Na semana passada foi organizada a primeira carreata em favor do governador e mais uma vez contra, agora, os dois processos de impeachment que tramitam no Tribunal de Justiça do Estado e na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Essa carreata era para ter acontecido no dia último dia 23, mas pelo pouco tempo de mobilização e pela baixa adesão, acabou não acontecendo.

Já na carreata que aconteceu neste domingo, 27, que teve a participação de aproximadamente 400 veículos em Florianópolis, alguns comissionados se sentiram desconfortáveis por serem pressionados a participar do ato, que contou com a presença do governador Carlos Moisés defronte ao trapiche da Beira Mar Norte, no centro da cidade.

Muitos, com receio de represálias ou até demissão, foram na tarde do domingo participar da carreata que tinha na sua organização, segundo relatos de comissionados que não querem se identificar, diretores e chefes de departamentos que acabaram até criando um grupo de WhatsApp, denominado “defesacivilsomostodosnos”, para organizar a manifestações de apoio ao governador já na semana passada.

No grupo, os administradores colocaram mensagens solicitando que esses comissionados participem da carreata do dia 23 de setembro e que chamassem também parentes, vizinhos e até comissionados que estão trabalhando remotamente. Foi postado também um banner com a frase “Carreata contra o golpe e pela democracia” que dava todas as informações do horário e de onde a carreata iria sair.

Neste grupo de whatsapp, uma pessoa com o nome de Coronel Neto escreve que “este é o momento de mostrarmos a união contra o golpe, movimento este orquestrado de forma sorrateira enquanto protegíamos nosso estado contra a pandemia”.

Por conta dos vazamentos, a carreata do domingo, 27, foi organizada por pessoas próximas do governador através de conversas diretas com os funcionários, agora sem a utilização do grupo, para que não ficassem rastros da pressão que comissionados estão sofrendo.

O governador Carlos Moisés está lutando com todas as armas para tentar frear o ímpeto dos opositores que, segundo ele, “querem tomar o estado para continuar tirando o dinheiro público de onde ele deveria estar para colocar nos seus velhos esquemas”.

Nestas duas primeiras semanas de outubro a temperatura da política estadual deve aumentar e algumas ações devem surgir nessa queda de braço entre situação e oposição que pode definir se teremos ou não um novo governador, mesmo que seja apenas pelos próximos 180 dias.


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