Contrário a proposta do governador Carlos Moisés (PSL) que sugeriu que o Governo de Santa Catarina colocasse R$ 100 milhões para acelerar a duplicação da BR 470, entre Navegantes e Blumenau, o deputado estadual Ivan Naatz (PL) encaminhou requerimento na Assembleia Legislativa de Santa Catarina convocando o secretário de Infraestrutura do Estado, Thiago Vieira, para que ele explique como e de onde o governo irá tirar a verba para essa obra.
Segundo o deputado, a maior preocupação é com o estado precário de conservação das rodovias estaduais e para ele o Governo do Estado tem que, primeiro, se preocupar com as suas rodovias para depois colocar dinheiro numa estrada federal.
O governador Moisés anunciou no último dia 27, quando teve uma reunião com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, que o seu governo poderia colocar uma verba estadual para terminar um dos lotes da duplicação da 470 alegando que o objetivo seria auxiliar o governo federal para que os serviços de ampliação da capacidade da principal rodovia do Vale ganhem mais agilidade.
“Ninguém duvida da importância da rápida conclusão das obras de duplicação da BR-470, nosso principal corredor de escoamento de produtos da economia regional, bem como para segurança dos usuários, mas o fato é que há dezenas de rodovias estaduais em situação precária e sem qualquer previsão de projeto de revitalização”, observa Ivan Naatz.
O deputado, que é líder da bancada do PL na Alesc, reitera ainda que Santa Catarina precisa fazer valer o seu status de estado arrecadador junto a União e cobrar mais retorno de recursos para obras diversas.
“Somos o sexto Estado em arrecadação de tributos federais e o vigésimo em retorno de verbas, obras e serviços. Para cada R$ 100 arrecadados, voltam apenas R$ 18. Ou seja, somos um dos estados que mais contribui, mas não recebemos retorno da União. Cumprimos o dever de casa , somos penalizados e ainda temos que colocar dinheiro dos impostos dos catarinenses em cima de obra federal”, finaliza Ivan Naatz.
É inegável que o término da duplicação da BR 470 trará uma diminuição de mortes, mais desenvolvimento, diminuição de gastos com o transporte de mercadorias das empresas da região, mas também é necessário saber como receberemos esse dinheiro de volta do Governo Federal lá na frente.
Essa obra anda a passos lentos desde o governo Lula e daqui a pouco nem mesmo a duplicação irá resolver os problemas de empresas não quererem mais se instalar no Vale do Itajaí por conta do escoamento da produção. Então, independente do que o Governo do Estado fizer, é preciso achar alternativas urgentes para que a obra termine, caso contrário ficaremos sempre a mercê da vontade política para terminar o que já deveria ter tido fim.