O bate-boca entre a deputada estadual Paulinha (PDT) e o deputado Ivan Naatz (PL) no plenário da Assembléia Legislativa na sessão da manhã da última quinta-feira, 20, já deram uma mostra do que vai acontecer nas próximas quatro semanas que antecedem a confirmação das pré-candidaturas a prefeito em todo o estado de Santa Catarina.

Como os deputados optaram por não ter o recesso parlamentar neste ano por conta da pandemia, membros do legislativo estadual, como o próprio Ivan Naatz e também Ricardo Alba (PSL), que vão ser candidatos a prefeito de Blumenau, querem resolver os principais assuntos da Alesc até a data final das convenções partidárias, em 16 de setembro próximo.

E muito provavelmente o assunto que mais requer a atenção da classe política catarinense é o processo de impeachment que corre na Assembléia contra o governador Carlos Moisés, a vice Daniela Reinehr e o secretário de administração do estado, Jorge Eduardo Tasca.

Na mesma quinta-feira os líderes das bancadas terminaram de fazer as indicações dos nove deputados que farão parte da Comissão Especial que vai analisar as defesas dos três citados no impeachment.

O MDB indicou os deputados Luiz Fernando Vampiro e Moacir Sopelsa, o PT enviou o nome do deputado Fabiano da Luz, o bloco Social Liberal indicou os deputados Jessé Lopes (PSL) e Maurício Eskudlark (PL), já o bloco PP, PSB, Republicanos e PV indicou os nomes de João Amin (PP) e Sérgio Motta (Republicanos) e o bloco Social Democrático (PSD, PSDB, PDT e PSC) indicou os deputados Ismael dos Santos (PSD) e Marcos Vieira (PSDB).

O perfil desta comissão é bem diferente daquela que integrou a CPI dos respiradores, que tinha muitos deputados de oposição, como Kennedy Nunes (PSD), Milton Hobus (PSD), Ivan Naatz (PL) e Sargento Lima (PSL), que acabaram ficando de fora da comissão do impeachment.

Os deputados que integram o grupo que vai analisar o processo contra Moisés, Daniela e Tasca, tem uma forma de agir menos espetaculosa e deve tratar esse assunto com mais descrição e cautela, mas obviamente não quer dizer que vão salvar o trio do governo do estado, que não gozam de muita simpatia dentro do parlamento catarinense.

Tem também todo o contexto das eleições municipais, que podem influenciar no rumo do impeachment, e o próprio presidente da Alesc, deputado Júlio Garcia (PSD), que hoje é visto como o principal inimigo do governador por ter dado início a todo esse imbróglio político em tempos de pandemia, tem muito interesse que esse processo termine o mais breve possível.

Se mais nenhuma decisão jurídica atrapalhar os ritos do impeachment, teremos até o dia 16 de setembro a decisão dos nove deputados sendo votada no plenário da Assembléia, e aí a decisão final ficará a cargo da Comissão Julgadora, que terá 5 deputados estaduais e 5 membros da justiça, que vão decidir se Moisés, Daniela e Tasca cometeram crime de responsabilidade, afastando-os ou não de seus cargos.

O governador precisa buscar 14 votos favoráveis dentro da Assembléia e quase quatro semanas é muito tempo na política, pois as forças externas podem agir e o governo do estado não vai deixar de usar todas as armas que tem para reverter esse quadro.

Então o momento é de espera e muita conversa para ver quem leva a melhor nessa queda de braço entre governo e oposição.