No dia 30 de setembro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal estiveram na Casa da Agronômica, residência oficial do governador Carlos Moisés (PSL), e no Centro Administrativo do Governo de Santa Catarina. A operação cumpriu mandado de busca e apreensão, e faz parte das investigações da compra dos 200 respiradores comprados por R$ 33 milhões da empresa Veigamed.

Segundo Moisés, os policiais federais levaram um laptop e um telefone celular usado pelo governador desde o início de 2019, quando assumiu o governo.

No mesmo dia, foram cumpridos um total de cinco mandados e entre eles estava uma diligência feita na cidade de Rio do Sul, na casa e no escritório do ex-chefe da Casa Civil, Amândio João da Silva Junior.

Segundo a própria PF, são investigados os crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção, concussão, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

No domingo, 11, o ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba, postou na sua conta do Instagram um texto que dizia que “é com o sabor maravilhoso de um grande silêncio que devemos responder as grandes injustiças, pois será no frescor do tempo que conseguiremos gritar a nossa inocência”.

Na noite de segunda-feira, 12, o deputado estadual Ivan Naatz (PL) fez uma postagem no Twitter dizendo que a Polícia Federal encontrou uma ligação do telefone do governador Carlos Moisés para o advogado Leandro Adriano de Barros, que foi preso na Operação O2 (Oxigênio) no mesmo dia que Douglas Borba também foi levado para a prisão.

Todas essas postagens mostram que, mesmo nos fins de semana e feriados, a política estadual está em movimento constante e tanto oposição quanto situação trabalham para ver seus interesses colocados em prática.

A votação do primeiro processo de impeachment, que hoje está no Tribunal de Justiça, vai ser votada no próximo dia 23, onde cinco deputados estaduais e cinco desembargadores decidirão se aceitam ou não a admissibilidade do impeachment de Moisés e Daniela.

Mas na quarta-feira, 14, o mesmo TJ vai analisar o mérito da equiparação salarial dos desembargadores do estado com os da Assembleia Legislativa, o que deve nortear o voto do pessoal da justiça catarinense na votação do dia 23.

Fala-se muito que o presidente da Alesc, deputado Júlio Garcia (PSD), tem certa influência dentro do TJ, mas só saberemos se isso é verdade no dia 23. Fato é que esta semana teremos mais um capítulo dessa novela que se arrasta sem uma definição, dificultando a vida do estado e colocando muita indecisão na política catarinense.

Fatos novos devem aparecer e tudo isso vai ajudar a absolver ou a condenar a dupla do 17 que foi eleita em 2018 com mais de 70% dos votos válidos. Mas vimos que nada disso garante a continuidade desse governo na atual situação.